Bolsonaro se queixa do voto de Raúl Araújo

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Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

O ex- presidente Jair Bolsonaro desembarcou às 10h20 desta quinta-feira no aeroporto Santos Dumont, no Rio, e disse que passará o dia na casa de um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, enquanto acompanha os desdobramentos do seu julgamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília. Bolsonaro, que chegou à capital fluminense durante o julgamento, lamentou que o ministro Raul Araújo, que lia seu voto naquele momento, não tenha pedido vista do processo.

Um eventual pedido de vista poderia paralisar o julgamento por até 60 dias. Havia expectativa sobre o posicionamento de Araújo, que já proferiu decisões que agradaram a Bolsonaro na campanha de 2022.

Aliados de Bolsonaro esperavam ganhar tempo para mobilizar uma narrativa de que a reunião do então presidente com embaixadores, na qual fez ataques ao sistema eleitoral brasileiro e as urnas eletrônicas, seria meramente uma tentativa de debater aperfeiçoamentos nas eleições.

— Eu gostaria (de um pedido de vista), não vou negar para você, porque dá mais tempo. Eu venho demonstrando nas minhas redes sociais o que vem acontecendo desde 1999 na questão do voto impresso – afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente declarou ainda que “sempre há” expectativa sobre um eventual pedido de vista de outros ministros, mas evitou projetar qual será a postura do ministro Kassio Nunes Marques. Indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2020, Nunes Marques é o único ministro da atual composição do TSE que passou pelo crivo de Bolsonaro, e será o penúltimo a votar no julgamento que pode tornar o ex-presidente inelegível por abuso do poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Questionado sobre um eventual sucessor caso seja julgado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que será “talvez um bom cabo eleitoral” caso seja condenado nesta quinta-feira.

Bolsonaro evitou demonstrar preferência por nomes como o ex-ministro e atual governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que contam com apoiadores dentro do PL, partido do ex-presidente.

— Se eu estiver fora do jogo, vou ser talvez um bom cabo eleitoral. Tem vários bons nomes por aí, mas acredito até o último segundo na isenção e em um julgamento justo e sem revanchismo por parte do TSE — disse Bolsonaro, ao desembarcar no Rio.

O Globo