CPI vai investigar pedido da PRF de pix para Bolsonaro

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Foto: WILTON JUNIOR

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, solicitou acesso aos processos instaurados para analisar o suposto ataque hacker às redes sociais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Sergipe para pedir doações à campanha de arrecadação de dinheiro para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) custear o pagamento de multas por condenações na Justiça.

A Superintendência da PRF em Sergipe publicou, nesta quinta-feira, 29, em sua conta no Instagram um manifesto em apoio à “vaquinha” que pede doações via Pix ao ex-presidente. A postagem dizia que o grupo estava “junto com Bolsonaro”.

Ainda nesta quinta, o ministro da Justiça, Flávio Dino, informou que foi instaurado um inquérito policial na Polícia Federal (PF) em Sergipe “para investigar a alegada invasão no perfil da Polícia Rodoviária Federal para postar indevida mensagem política”. “E a própria PRF fará sindicância interna”, disse.

 

Mais cedo, Dino determinou a suspensão de todos os perfis regionais da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal para análise de segurança.

O perfil da Superintendência da PRF em Sergipe publicou o post com o pedido de Pix para o ex-presidente nesta quinta. “A equipe decidiu colaborar com a causa do nosso ex-presidente, acreditamos que ele ainda tem sua cidadania brasileira e merece todo nosso apoio como pátria! Se você concorda, ajude-nos com pix de qualquer valor, todo dinheiro será restituído para ele!”, diz a publicação. O conteúdo ficou no ar na página até por volta das 9h da manhã.

Neste mesmo horário, a PRF nacional publicou um comunicado em que dizia que o Instagram da Superintendência sergipana foi alvo de ataque hacker na madrugada. Segundo o órgão, a chave Pix era dos criminosos e ali, então ocorria o golpe.

Há duas semanas, a CPMI ouviu o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques e o questionou sobre o alinhamento da instituição à Bolsonaro nos últimos anos. Os parlamentares abordaram no depoimento a operação realizada pela corporação durante o segundo turno das eleições de 2022 que atrasou a chegada de eleitores, sobretudo nordestinos, às seções eleitorais.

Estadão