Ministro das relações institucionais nega dificuldades no Congresso

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Foto: Lucas Tavares/ Arte

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, rechaçou uma possível crise de governabilidade no Congresso. No podcast 2+ 1, com os colunistas Vera Magalhães e Carlos Andreazza, ele disse que o governo conseguiu cumprir o seu ‘plano de prioridades’ e as derrotas que aconteceram na Câmara não foram em projetos cruciais para a gestão Lula III.

‘A gente estava abraçado a esse plano. Não significa uma base só do governo, mas muitas vezes com votos de partidos da oposição a gente conseguiu cumpri-lo de forma plena. Nesse sentido, com todas as dificuldades, tensão, críticas, fragmentação muito grande dos partidos, no fundamental a governabilidade estava amparada. Estamos conseguindo terminar o primeiro semestre de forma muito positiva’, analisou.

Também ministro da articulação política nos dois primeiros governos Lula, Alexandre Padilha diz que o Executivo constrói um novo tipo de relação com o Congresso e ponderou a falta de maioria parlamentar. Ele criticou o que seria ‘terceirização da governabilidade’ feita por Bolsonaro, que entregou o Orçamento ao Parlamento.

‘Não vai ser o que foi no primeiro e segundo governo de Lula, como também não vai ser o que era com Bolsonaro. Estamos construindo um novo modelo; baseado, primeiro, em qual é o programa, quais são as prioridades. Vamos ter que construir uma agenda para o segundo semestre. É uma base não sobre governo e oposição, mas uma base temática sobre propostas, projetos’, analisou.

Segundo o ministro, o plano do governo estava baseado em cinco pontos principais. Evitar composições instáveis nas comissões permanentes na eleição das presidências do Senado e Câmara; reformular as 13 MPs de Bolsonaro editadas em dezembro e evitar torná-las em “pautas bomba”; remanejar o Orçamento para pagamento do Bolsa Família, reajuste dos servidores federais e derrubada de vetos do Bolsonaro; recriar os programas sociais; aprovar o marco fiscal e conseguir encaminhar a votação da reforma tributária na Câmara no 1º semestre.

No podcast 2+1, questionado sobre os ruídos com o Legislativo diante da CPI do MST e a CPMI dos Ataques Golpistas, o ministro destacou a atuação do governo na comissão mista.

‘As CPIs têm situações diferentes. Na CPMI, o governo tem conseguido conduzir da melhor maneira possível. Derrotou todos os requerimentos apresentados pela oposição. A CPMI vai demarcar uma linha entre aqueles que defendem a democracia, os que rechaçam os atos golpistas. Nós conseguimos aprovar um roteiro na CPMI que é exatamente o que defendíamos desde o começo: mostrar que o 8 de janeiro começou a ser planejado um dia depois da eleição’, afirmou.

O ministro falou ainda sobre a iminente reforma ministerial no governo. Ele admitiu a demanda do União Brasil pela reformulação no Ministério do Turismo, de Daniela do Waguinho. O deputado Celso Sabino, indicação de Arthur Lira, tem o aval da bancada do partido.

‘O União Brasil, de fato, trouxe esse tema. A expectativa é que nas próximas semanas possa existir um desfecho em relação a isso. Não é nenhuma avaliação negativa à atuação de qualquer ministro, mas nesse caso de ministérios que foram construídos por indicação partidária é absolutamente natural que um partido possa querer rediscutir essa composição’, ponderou.

O ministro também garantiu a ministra Nísia Trindade na Saúde. A pasta robusta em recursos também é alvo do Centrão e a ex-presidente da Fiocruz atravessa um momento de fritura no governo.

‘Desde o começo, a decisão do presidente Lula foi de um ministério que ele não queria discutir a composição partidária, até pelo quadro da pandemia. Ele defendia desde o começo identificar um quadro da saúde pública, tinha um desejo que fosse uma mulher. Ele estabeleceu isso como critério, diferentemente de outros ministérios, que o critério de composição foi a partir dos partidos que compõe o Congresso’, pontuou.

O Globo