Agressora de Moraes diz que ele “furou fila” na sala VIP

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Em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (18/7), Andréa Munarão, de 45 anos, negou ter hostilizado o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Aeroporto Internacional de Roma, na Itália, na última sexta-feira (14/7). Ela é casada com o empresário Roberto Mantovani Filho, 71 anos, suspeito de agredir fisicamente o filho do magistrado.

Segundo o advogado Ralph Tórtima, ela afirmou na delegacia da PF em Piracicaba, no interior de São Paulo, que apenas reclamou de um suposto “privilégio” dado a Moraes para acessar uma sala VIP do aeroporto que estava lotada e que, em seguida, foi provocada e ofendida pelo filho do ministro, que também se chama Alexandre, de 27 anos.

“Ela acreditou que o ministro tivesse tido algum privilégio e estivesse ingressado nessa sala, nos termos dela, como se estivesse furando a fila. Nesse momento que ela se aproxima um pouco, havia pessoas que hostilizavam o ministro, e ela diz o seguinte: ‘Para político tem lugar, para gente com criança, idoso, não tem lugar. Que privilégio é esse?’ Ela externou seu inconformismo em relação a esse fato”, disse o advogado.

Nas imagens, Andreia Munarão, Alexandre Zanatta e o empresário Roberto Mantovani Filho – Metrópoles
Andréa Munarão, Alexandre Zanatta e o empresário Roberto Mantovani Filho são apontados como os possíveis agressores do ministro Alexandre de Moraes Reprodução

imagem colorida mostra o casal andreia e roberto mantovani, uma mulher branca e loira com cabelos lisos, o homem é careca, branco, usa a mesma camiseta azul e casaco preto
Presidente do TSE, Alexandre de Moraes Vinícius Schmidt/Metrópoles @vinicius.foto

Nas imagens, Andreia Munarão, Alexandre Zanatta e o empresário Roberto Mantovani Filho – Metrópoles
Andréa Munarão, Alexandre Zanatta e o empresário Roberto Mantovani Filho são apontados como os possíveis agressores do ministro Alexandre de Moraes Reprodução

Ainda segundo Tórtima, Andréa negou ter chamado Alexandre de Moraes de “bandido, comunista e comprado”, conforme foi relatado pelo ministro à PF. “Ela nega absolutamente e, provavelmente, as imagens do aeroporto vão evidenciar isso”, disse o advogado. De acordo com ele, a confusão pode ter ocorrido porque sua cliente não sabia que o ministro deveria ter reservado a sala VIP previamente.

Agressão
Sobre a suposta agressão de Roberto Mantovani ao filho de Alexandre de Moraes, que teria levado um tapa no rosto a ponto de derrubar seus óculos, a defesa afirma que isso não ocorreu. Segundo o advogado, durante a confusão na entrada da sala VIP, o filho do ministro teria começado a “mandar beijos” para Andréa e a “ofendê-la”. Foi quando Roberto Mantovani teria se aproximado para defender a esposa.

O advogado afirma que Mantovani se apresentou como marido dela e pediu para que o filho do ministro parasse com as ofensas, segundo a defesa. “Ele (Mantovani) diz que segurava uma salada de frutas com uma mãe e com a outra afasta esse rapaz (filho de Moraes). Ele garante que não caiu o óculos de ninguém ao chão. Ele diz isso de maneira muito objetiva”, diz Ralph Tórtima.

Mais cedo, em quase duas horas de depoimento, Mantovani disse que houve um “entrevero” com o filho de Moraes, que teria feito “ofensas bastante pesadas” à sua esposa no aeroporto, segundo o advogado. O empresário disse que “afastou” o jovem e só ficou sabendo que ele era filho de Moraes quando foi abordado pela PF na chegada ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

No relato feito à PF, o ministro Alexandre de Moraes, disse que uma mulher que foi identificada como Andréa Munarão o xingou de “bandido, comunista e comprado”, o que teria dado início à confusão. Na sequência, Roberto Mantovani teria dado um tapa em seu filho, fazendo com que os óculos do jovem de 27 anos caíssem.

Além dos depoimentos do casal, a PF já ouviu o genro deles, Alex Zanatta, no domingo (16/7), e o filho Bruno, que também estavam no aeroporto no momento da confusão. Por decisão do STF, os agentes da PF também cumpriram nesta terça-feira mandado de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos. A corporação já solicitou ao aeroporto de Roma cópia das imagens do curcuito interno para apurar o caso.

Caso a versão de Moraes seja confirmada pelas imagens, os três possíveis agressores podem ser indiciados por crimes contra a honra, agressão e atos antidemocráticos. A pena é de até 8 anos de prisão.

Metrópoles