Família de Marielle cobra solução do crime
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
A ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle, Anielle Franco, estava a caminho da Colômbia, em viagem oficial, quando usou ou Twitter para ressaltar que, mesmo confiando na apuração da Polícia Federal, ainda falta esclarecer quem mandou matar a vereadora e a motivação do assassinato.
“Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e o diretor-geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há cinco anos: quem mandou matar Marielle e por quê?”, escreveu.
Anielle disse que a família mantém a esperança de que irá descobrir quem mandou matar a vereadora. “A gente segue esperançosa de que vai descobrir e vai chegar nos mandantes”, disse. “Que bom que hoje a gente tem um governo sério, tem pessoas à frente de pastas importantes, que a gente pode confiar e contar.”
Ela disse que a notícia da prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, no âmbito da primeira etapa ostensiva da investigação da corporação sobre os assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes a deixou “abalada” e “mexida”. “A gente tem que sempre revisitar a memória daquele dia 14?”, frisou.
Para Anielle, a operação da PF, realizada nesta segunda-feira, indica ter mais crença em descobrir quem mandou matar Marielle.
“A gente espera, sim, que, de verdade, a partir de agora, a gente tenha frutos e colha frutos do mandante e dos motivos de quem mandou matar”, afirmou. “Eu sigo dizendo que, enquanto a gente não combater a violência política neste país, enquanto a gente não souber quem mandou matar Marielle, a nossa democracia segue fragilizada.”
Viúva e vereadora do Rio de Janeiro, Monica Benício (PSol) destacou que a “família, o país e a democracia brasileira precisam de respostas”. “A diferença que faz termos um governo comprometido com a segurança pública e com a justiça: a PF realizou hoje (nesta segunda-feira) operações para avançar na investigação dos assassinatos de Marielle e Anderson. Eu quero respostas. As famílias, o país e a democracia brasileira precisam de respostas”, enfatizou.
Monica mencionou a prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões Correia e destacou que ele já havia sido condenado por atrapalhar as investigações sobre o duplo homicídio. “Por que ele estava solto?”, questionou.
Ela agradeceu ao Dino e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo empenho “em buscar uma solução para esse crime que abalou as estruturas do nosso Estado”. “Quem mandou matar Marielle? Tenho fé e convicção de que teremos essa resposta.”
A vereadora acrescentou: “Defendo que a Justiça seja feita da forma mais técnica e correta possível, de acordo com o Estado Democrático de Direito. Mas também defendo celeridade, pois estamos falando de vidas afetadas por uma investigação que tem se arrastado de forma tortuosa e torturante”, acrescentou a viúva.
Já o presidente da Embratur e amigo próximo de Marielle, Marcelo Freixo, reafirmou, em entrevista à GloboNews, que “não tem dúvidas” de que haja um mandante e que os responsáveis “não agem por ódio”. “São assassinos profissionais contratados para matar por dinheiro. Não vão quebrar isso e matar alguém que eles nem conheciam por ódio. Estamos muito mais perto dos mandantes do que em qualquer outro momento”.
Pelo Instagram, Freixo destacou o avanço das investigações, após cinco anos sem respostas sobre motivação e mandante. “Esse é mais um passo importante para descobrir quem mandou matar Marielle Franco”, disse.
O presidente da Embratur ainda parabenizou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF). “Identificar os mandantes do assassinato é crucial para derrotarmos essa máfia e reconstruirmos nosso Estado”,frisou. “A execução de Marielle e Anderson Gomes foi um crime político, contra a democracia. E não pode ficar sem resposta”, enfatizou.