Anderson responde o que não lhe foi perguntado

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Foto: Reprodução

O ex-ministro Anderson Torres adotou a estratégia de se adiantar às perguntas da CPI do 8 de Janeiro. Ele leu um texto dando sua versão para os episódios mais controversos em que está envolvido, como as blitze eleitorais, a minuta do golpe e a invasão à sede da PF.

O primeiro episódio mencionado pelo ex-ministro foi a minuta do golpe, texto apócrifo com etapas para intervenção no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) encontrado em sua casa.

Ele disse que costumava colocar documentos que recebe numa pasta e levar para casa. Aqueles sem importância seriam jogados no lixo.

Este papel não foi para o lixo por mero descuido. Não sei quem entregou este documento apócrifo e desconheço as circunstâncias em que foi produzido.
Anderson Torres

A alegação não convenceu a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que ressaltou que a minuta estava junto a fotos e itens pessoais dele.

A prisão de Anderson Torres foi embasada em omissão porque ele estava em viagem aos Estados Unidos no dia das invasões, mesmo sendo secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

Ele argumentou que a viagem estava marcada havia bastante tempo e que as passagens foram compradas em 21 de novembro. Torres declarou que deixou um plano de contenção para a possibilidade de ações violentas.

Se tivessem cumprido à risca o plano, os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro não teriam sido consumados.

O ex-ministro foi bastante questionado sobre as operações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em estados com mais eleitores de Lula (PT) no dia do segundo turno.

Outra vez houve negativa de interferência, mesmo com ele ocupando o cargo de ministro da Justiça e tendo viajado a Salvador na semana anterior à votação.

Não houve interferência do Ministério da Justiça no planejamento operacional da PRF.

Torres disse que havia um plano para, em 10 de janeiro, retirar os manifestantes que pediam intervenção militar da frente do quartel-general do Exército em Brasília.

Durante o depoimento, ele afirmou que até dia 6 de janeiro, data em que viajou para os Estados Unidos, não havia indicativos de invasão.

Quando assumi a Secretaria de Segurança do DF, minha primeira ação foi tratar do desmonte do acampamento em frente ao Quartel General do Exército.

Torres pôde falar antes das perguntas porque o regimento da CPI permite que um depoente tenha 15 minutos para falar antes que comecem os questionamentos.

Anderson Torres tinha permissão de ficar calado, mas não exerceu este direito.

Ele é delegado da Polícia Federal, foi ministro da Justiça na gestão Jair Bolsonaro (PL) e secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia da invasão à sede dos três Poderes.

Uol