GDias diz que PM desmentiu Abin sobre 8/1

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Foto: Reprodução

O general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou nesta quinta-feira (31) que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) o alertou sobre a “intensificação” das manifestações antes dos atos de 8 de janeiro, mas que a Polícia Militar do Distrito Federal o informou que estava “tudo calmo”.

Conhecido como G. Dias, o general deu as declarações ao prestar depoimento à CPI dos Atos Golpistas do Congresso Nacional. Ele foi chamado a dar explicações sobre possível omissão por parte do governo federal na segurança do Palácio do Planalto.

Segundo G. Dias, o chamado Plano Escudo, que previa o esquema de segurança do palácio, estava ativado, por ordem dele, desde 6 de janeiro, dois dias antes dos atos golpistas.

“Dia 8 de janeiro, passei a manhã em casa. Recebi uma ligação do senhor Saulo Cunha [ex-diretor da Abin]. Ele relatou a possibilidade de intensificação das manifestações. Em seguida, troquei informações por telefone com a coronel Cíntia, da Polícia Militar. Ela me disse que estava tudo calmo”, declarou G. Dias à CPI.

Ainda em sua fala de abertura, Gonçalves Dias confirmou que esteve no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro e que, diante das informações que tem atualmente sobre os atos de 8 de janeiro, agiria de forma “diferente” naquele dia.

Aos parlamentares, o general afirmou também que decidiu ir ao palácio em razão de sua experiência profissional de segurança.

“Exerci efetivamente minha ação de comando na defesa e preservação do palácio presidencial no meio de um levante antidemocrático. Foi um ataque único, inédito e inimaginável para todos que somos democratas e devotamos respeito à Constituição e às instituições”, afirmou o general.

“Tendo conhecimento agora da sequência dos fatos que nos levaram às agressões de vândalos e também da ineficiência dos agentes que atuavam na execução do Plano Escudo, aprovado com a coordenação de diversos órgãos civis e militares e de segurança, seria mais duro que fui na repressão. Faria diferente, embora tenha plena certeza que envidei todos os esforços e ações que estavam a meu alcance para mitigar danos”, completou.

O ex-ministro acrescentou ainda que, como estava somente há cinco dias no cargo, sua forma de trocar informações com a Abin era por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, o que, para ele, não configura meio oficial de troca de informações sobre a segurança nacional.

Ausência de relatório
Ainda na fala de abertura, G. Dias disse à CPI que, entre os dias 2 e 8 de janeiro, não recebeu “nenhum” relatório de inteligência por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Em depoimento à CPI, o ex-diretor da Abin Saulo Cunha deu a mesma informação, mas disse que alertas de inteligência, um outro tipo de documento, foram produzidos pelo órgão informando que havia pessoas defendendo a invasão e a ocupação de prédios públicos, no acampamento bolsonarista em frente ao Quartel General do Exército.

O ex-ministro acrescentou que, em 6 de janeiro, dois dias antes dos atos golpistas, houve uma reunião convocada pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para discutir a possibilidade de manifestação em Brasília, mas que o GSI não foi convidado a participar.

G1