General dá lição de ética ao relator da CPI do MST

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O depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), General Gonçalves Dias, terminou em bate-boca na CPI do MST. Ao ser questionado pelo deputado Ricardo Salles sobre como considera a Ditadura Militar, GDias preferiu não entrar neste tema, por considerar polêmico. O relator, no entanto, insistiu na pergunta repetidas vezes:

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— Quero apenas entender se você faz parte da ala que considera revolução ou golpe — disse Salles.

Neste contexto, a presidente do PT Gleisi Hoffmann afirmou que a pergunta não havia pertinência, já que não há conexão com o tema da comissão.

— A senhora fala na sua vez — rebateu Salles. O clima de desordem se instaurou.

Por mais de dez minutos, o bate-boca se estendeu.

— Seus colegas, unanimemente, defendem a ação de 1964. Vou perguntar novamente, é a última oportunidade — disse Ricardo Salles.

Por fim, o ex-ministro de Lula (PT) insistiu em não responder:

— Deputado, isso não é objeto da comissão. O Exército pauta a sua conduta em cima da herarquia, disciplina e cadeia de comando, amalgamado pelos valores éticos — afirmou GDias, que foi aplaudido pela ala governista.

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) também interviu na discussão. Ao ser interrompido, Salles afirmou que a parlamentar tem o costume de “se vitimizar” quando cortam sua fala. Desde o início da CPI, os dois tem tido uma série de impasses, que chegou a render denúncias no Ministério Público.

Há duas semanas, o PSOL acionou a Comissão de Ética da Câmara contra Salles e o presidente do colegiado, Tenente-Coronel Zucco, por violência política de gênero contra a parlamentar.

O Globo