Bolsonaristas tentam ignorar delação de Cid

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Foto: Reprodução/Alan Santos / PR/Divulgação

A homologação do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi recebida de forma discreta pelo ex-presidente, seus familiares e aliados mais próximos. Em raras manifestações explícitas, o entorno bolsonarista teceu críticas e comparou o caso a procedimentos da Operação Lava-Jato. Bolsonaro, por sua vez, se esquivou do tema.

Veja a seguir as principais reações:

Bolsonaro evitou mencionar Cid e usou suas redes sociais, no sábado, apenas para exaltar o início da operação do PIX, implementado pelo Banco Central durante sua gestão.

Já no domingo, o ex-presidente também publicou o vídeo de um evento, com data indeterminada, no qual diz que costuma ouvir a frase “não desista” de apoiadores.

Na noite de domingo, ainda sem qualquer menção direta à delação de Cid, Bolsonaro repercutiu um apelo do filho, o vereador Carlos Bolsonaro, para que a plataforma digital Eduzz voltasse a disponibilizar o link para compra de um livro escrito pelo “02”, como o parlamentar é chamado pelo pai. O livro em questão, intitulado “O começo de tudo”, descreve de forma resumida a atuação de Bolsonaro nas redes, geridas por Carlos, desde o tempo em que era deputado federal.

A ex-primeira-dama não se manifestou após homologação do acordo de Cid. No feriado do Sete de Setembro, em culto evangélico em Brasília, ela discursou sobre “não perder a esperança” em meio a perseguições e injustiças.

Carlos, vereador no Rio, usou as redes para criticar a cobertura jornalística sobre a delação de Cid, sem se alongar no tema. Ele também criticou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, por sua “estratégia desmascarada” de manter-se distante de Bolsonaro.

O senador Flávio e o deputado Eduardo Bolsonaro evitaram a delação e usaram as redes para criticar o governo Lula nos últimos dias, em especial pelo fato de o atual presidente não ter viajado ao Rio Grande do Sul para acompanhar os impactos da passagem de um ciclone extratropical, que deixou dezenas de mortos e desaparecidos no estado.

Aliado próximo do ex-presidente, Wajngarten afirmou no Sete de Setembro que “não há o que delatar”, numa indireta à situação de Cid na véspera da homologação do acordo. No sábado, o ex-secretário de Comunicação de Bolsonaro cobrou investigação sobre um suposto risco à vida de Cid.

 

 

 

Presidente da sigla, Valdemar Costa Neto fez elogios a Bolsonaro nas redes sociais e, ao GLOBO, minimizou delação de Cid, sob o argumento de que o militar não teria “nada para falar de verba pública”.

A maioria dos aliados de Bolsonaro adotou o silêncio após a homologação do acordo de Cid. Uma exceção foi o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), que publicou um vídeo do ministro do STF, Gilmar Mendes, de maio deste ano, no qual criticava delações firmadas pela Lava-Jato em meio a prisão de investigados, comparando-as a “práticas de tortura”.

 

O deputado federal Mario Frias (PL-SP), ex-secretário de Cultura no governo Bolsonaro, também se manifestou, de forma lacônica, em resposta a uma internauta que criticava a cobertura jornalística do caso. “Assustador sim”, escreveu Frias na rede social X (ex-Twitter).

O Globo