Confira pauta das “missões” de Lula em setembro
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá agenda intensa neste mês de setembro, com viagens a três países (Índia, Cuba e Estados Unidos) e a expectativa por definições da reforma ministerial e dos substitutos do procurador-geral da República, Augusto Aras, e da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula deverá passar por uma cirurgia no quadril no final deste mês O presidente sofre de artrose e convive com dores no lado direito do quadril.
O Palácio do Planalto já informou que a cirurgia está prevista para ser realizada por volta de 29 de setembro, a última sexta-feira deste mês. A data, contudo, ainda não foi confirmada pela Presidência.
Na próxima quinta-feira (7), em Brasília, Lula voltará a participar como presidente da República de um desfile de 7 de Setembro, que marca o aniversário da independência do Brasil.
O tradicional desfile cívico-militar será realizado na Esplanada dos Ministérios, com previsão de início às 9h. Cerca de 2 mil militares devem desfilar. O Planalto projeta público de 30 mil espectadores.
Lula dará a autorização para o início do desfile. O Planalto definiu o tema ‘Democracia, soberania e união’ para a festividade, que nos últimos anos foi utilizada para atos de viés golpista pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Após o desfile, Lula embarcará para Nova Déhli, na Índia, onde participará no fim de semana (9 e 10) da cúpula de chefes de Estado e de governo do G20. Será a primeira visita de Lula ao país neste terceiro mandato.
O Grupo dos 20, conhecido como G20, é uma organização que reúne ministros da Economia e presidentes dos Bancos Centrais de 19 países e da União Europeia. Juntas, essas nações representam cerca de 80% de toda a economia global.
O Brasil assumirá a presidência rotativa do G20 em 2024. À frente do grupo, Lula pretende priorizar temas como preservação ambiental, transição energética e combate à miséria.
Lula também fará sua primeira visita à Cuba neste mandato. O presidente participará no dia 16, em Havana, do encontro do G-77, um grupo de países em desenvolvimento.
A expectativa é de que Lula se reúna com o presidente do país, Miguel Díaz-Canel. As relações diplomáticas entre Brasil e Cuba foram enfraquecidas durante o governo Bolsonaro.
Lula, que tem apostado na retomada das relações diplomáticas com diversos países, é crítico do embargo americano ao país caribenho.
Lula deve seguir de Havana para Nova York, nos Estados Unidos, onde fará o discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Tradicionalmente, cabe ao representante do Brasil abrir os debates entre chefes de Estado e de governo dos países que integram a ONU.
A última participação de Lula na assembleia-geral foi em 2009. No retorno ao encontro, Lula deve reforçar o discurso pelo combate à desigualdade e às mudanças climáticas.
O petista também deve manter a campanha pela reformulação do Conselho de Segurança da ONU e pelo fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.
À margem da assembleia, Lula deve se reunir com o presidente dos EUA, Joe Biden. Entre as pautas, está a discussão de políticas para incentivar o ‘trabalho decente’, que faz parte da lista de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos pela ONU.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o conceito leva em conta uma série de indicadores, como oportunidades de emprego, rendimentos, jornada e trabalho análogo à escravidão.
Lula ainda não definiu as mudanças que fará para incluir na equipe ministerial representantes do PP e do Republicanos, dois partidos do Centrão.
Os deputados André Fufuca (PP-MA) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) são os nomes definidos por seus partidos. Lula deseja reforçar sua base de apoio no Congresso Nacional.
O presidente ainda avalia quais pastas os parlamentares assumirão e quais ministros trocarão de postos ou deixarão o governo.
O petista já anunciou que deseja criar um ministério para pequenas e médias empresas, porém não oficializou a medida.
A demora gera insatisfação nos partidos do Centrão, bloco que tradicionalmente apoia os governos em troca de cargos e recursos do orçamento público.
Lula trata ao longo do mês de escolhas para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O mandato do atual procurador-geral da República, Augusto Aras, indicado no governo de Jair Bolsonaro, acaba neste mês.
Lula ainda não definiu o nome que comandará o Ministério Público Federal pelos próximos dois anos. Segundo a colunista Daniela Lima, o presidente avalia três opções: Mário Bonsaglia, Antonio Carlos Bigonha e Paulo Gonet.
O indicado pelo presidente terá de ser sabatinado e ter o nome aprovado pelo Senado. O mesmo rito vale para o substituto da ministra Rosa Weber, que se aposentará de forma compulsória em 2 de outubro, ao completar 75 anos.
Lula é pressionado por parte da sua base política a indicar uma mulher para a Suprema Corte – somente três mulheres foram ministras em 132 anos.
O presidente não se comprometeu a seguir esse desejo de seus apoiadores. Entre os cotados para a vaga estão Flávio Dino (ministro da Justiça), Jorge Messias (AGU) e Bruno Dantas (TCU) .