Lula está impressionado com a ovação que teve na ONU
Foto: Jonathan Ernst/Reuters
Nenhuma das duas dezenas de viagens internacionais que Lula realizou desde a posse deixou-o tão satisfeito quanto a ida a Nova York. Compartilhado com membros de sua comitiva, o contentamento de Lula foi dimensionado por um de seus auxiliares em conversa com a coluna: “O Lula está em êxtase”.
Antes de votar de volta ao Brasil, Lula se reúne com os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia. A cúpula do Itamaraty enxerga a conversa com Joe Biden como uma oportunidade a ser aproveitada. O encontro com Volodymyr Zelensky é visto como uma cilada na qual Lula deve evitar cair.
Ao discursar na ONU, Lula e Biden exibiram muitos pontos de vista em comum. Mas realçaram suas divergências em relação à guerra provocada pela Rússia na Ucrânia e as culpas de Vladimir Putin. Na reunião com Biden, o tema será escanteado. Com Zelensky, Lula foi orientado a mais ouvir do que falar.
Nos 40 minutos que Biden lhe concedeu, Lula espera tratar de reforma da ONU e emergência. Os dois lançarão uma ação global pelo trabalho decente. Inclui a busca de proteção para trabalhadores de aplicativos.
Nos Estados Unidos, a Califórnia tenta impor às plataformas digitais salário mínimo, seguro-desemprego e benefícios de saúde aos trabalhadores. No Brasil, o Ministério do Trabalho concluiu na semana passada uma rodada de negociações com as plataformas sem chegar a nenhum acordo. Por enquanto, há pouco a ser compartilhado entre Biden e Lula.