Padilha diz que Lula ainda não escolheu PGR

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Foto: Brenno Carvalho

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira que o presidente Lula está “em seu processo de decisão” sobre a escolha do nome que vai substituir Augusto Aras no comando da Procuradoria-Geral da República. Padilha destacou ainda que o presidente está “conversando muito com interlocutores”. Aras deixará o posto nesta terça-feira.

— Eu defendi muito ao presidente que ele não tem que ter qualquer tipo de exigência em relação a esse calendário de definição desse nome. Ele tem o tempo dele para definir, o presidente gosta de entrevistas as pessoas, tem conversado muito com interlocutores sobre isso, está no seu processo de decisão. Sempre lembrando: não basta correr porque depois o senado vai fazer a sabatina. Não é a primeira vez que o brasil teve uma situação de interinidade.

Como mostrou o GLOBO, em seus últimos dias como procurador-geral da República, Augusto Aras se dedicou a fazer um desagravo a si mesmo. Compartilhou com amigos uma lista de feitos na PGR, lançou um livro sobre como a sua gestão “salvou vidas” na pandemia e, em sua sessão de despedida no Supremo Tribunal Federal (STF), declarou ter sido vítima de “incompreensões e falsas narrativas”.

O discurso revela incômodo com avaliações de sua trajetória por parte da opinião pública. Desde que assumiu o cargo, acumulou críticas pelo alinhamento e a leniência com o ex-presidente Jair Bolsonaro, principalmente pela gestão da crise da Covid-19, bem como a proximidade com políticos do Centrão.

Lula pretende emplacar outro nome no posto, mas o entorno do presidente não esconde o plano de escolher um PGR com perfil semelhante ao de Aras — alguém que evite a “criminalização da política” e seja “antilavajatista”.

Como o GLOBO mostrou, a concorrência interna para tentar influenciar o presidente Lula nas escolhas para as vagas na PGR e no STF ampliou o clima de disputa no governo. As fissuras cresceram na última semana, especialmente com o retorno da discussão sobre a divisão do Ministério da Justiça, caso Flávio Dino seja escolhido para assumir a vaga de Rosa Weber na Corte.

O Globo