A economia, idiota!

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A economia, idiota!

Eduardo Guimarães

Agosto de 2010. A campanha eleitoral da sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva acabara de começar. Dilma Rousseff já havia passado à frente de José Serra nas pesquisas. Pesquisa Datafolha dava a ela 20 pontos percentuais de vantagem sobre o candidato tucano.

Quatro dias depois, escrevi análise intitulada “É a economia, estúpido!”. Uma tradução livre da máxima norte-americana “The economy, stupid”. Algo como “É a economia, idiota”. Trata-se de uma pequena variação da frase original (A economia, idiota).

Essa frase, apesar de parecer insultante, é uma explicação que James Carville, então estrategista da campanha presidencial de Bill Clinton contra o então presidente George H. W. Bush, deu aos partidários de seu cliente.

A frase era uma das pernas do tripé no qual se apoiava a campanha de Clinton. As outras duas eram: “Change vs. more of the same” (Mudança x mais do mesmo) e “Don’t forget health care” (Não se esqueça da assistência médica).

Clinton, seguindo Carville, explorou a recessão estadunidense da época para derrubar George H. W. Bush. Logo após a invasão do Iraque (março de 1991), 90% dos norte-americanos aprovavam Bush. A partir da estratégia da campanha de Clinton, em poucos dias a aprovação do republicano caiu a 64% e, em agosto de 1992, a maioria passou a reprovar Bush.

Meu artigo se apoiava na melhora maiúscula que Lula promovera em uma economia que terminaria aquele 2010 com crescimento de 7,5% do PIB, o terceiro maior de um mundo que agonizava sob os efeitos da crise das hipotécas norte-americanas, a crise do “subprime”, que se constituira na maior crise mundial desde a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929.

Exatos 20 anos após o primeiro ano do primeiro governo Lula, esse ano termina com a economia crescendo o triplo do que era previsto pelos analistas, com a inflação crescendo menos do que o teto da meta (4,49% em vez de 4,75%) e com o menor desemprego desde 2014.

O terceiro governo Lula termina o primeiro ano melhor do que o primeiro governo em seu primeiro ano e, para 2024, o PAC e o investimento estrangeiro vão supreender como fizeram PIB, inflação e nível de emprrego. E a aprovação de Lula começará a crescer com força. Além do investimento estrangeiro que vai aportar por aqui em massa, o PAC surpreenderá os céticos de novo.

Eis a previsão deste eterno otimista com os fatos que deveriam inspirar otimismo em tantos quantos sejam capazes de olhar e efetivamente enxergar e de escutar e efetivamente ouvir. Feliz Ano Novo a todas e a todos.