Toffoli e Gilmar debocham de “benevolência compulsória” de Dallagnol
Gilmar Mendes – Nós discutimos muito essa questão da segunda instância, tendo como pano de fundo o caso Lula. E o caso Lula, de alguma forma, contaminou esse debate, tendo em vista essa politização. E isso acabou não sendo bom para um debate racional. Eu, inclusive, sou chamado nas redes sociais, por esses grupos que estão aí, de um “corifeu do petismo”. Já fui acusado de muita coisa…
Dias Toffoli – Ministro Gilmar Mendes, é bom registrar que a força-tarefa de Curitiba, comandada pelo procurador Deltan Dallagnol, deu parecer e pediu a progressão de regime da pena do ex-presidente Lula… Ou seja: pela própria força-tarefa de Curitiba ele já deveria estar fora do regime fechado…
Gilmar Mendes – Mas ele só o fez, senhor presidente, me perdoe a ironia… Só o fez…
Dias Toffoli – Então não é este Supremo Tribunal Federal que estará decidindo a eventual [libertação de Lula]. A própria força-tarefa de Curitiba assim já requereu, à juíza local, que, em razão de uma decisão anterior do Supremo que proibiu a transferência [de Lula para São Paulo], encaminhou o pedido pra cá, que chegou ao ministro Luiz Edson Fachin… Mas é um pedido do Ministério Público: que ele saia do regime fechado.
Gilmar Mendes – Mas só o fez, presidente, eu já dizia, a partir da possibilidade de que o tribunal decidisse a questão de segunda instância. Na verdade, foi um tipo de “benevolência” compulsória…
Da redação