Maju Coutinho fala sobre inspiração para meninas negras
Foto: Divulgação/Revista Raça Brasil
A capa da “Raça Brasil”, revista dedicada à cultura afro, que circula há 24 anos, homenageia a coleguinha Maria Júlia Coutinho, a Maju.
Há 13 anos na TV Globo, onde começou como repórter, Maju conquistou o país com seu carisma, quando apresentava a previsão do tempo no “Jornal Nacional”, sempre prestigiada pela dupla William Bonner e Renata Vasconcellos. Foram quatro anos na função, digamos, de “Garota do Tempo”, com sucesso. Ano passado, Maju assumiu a bancada do “Jornal Hoje”. Ela terminou virando referência para meninas e mulheres negras em todo o país. “Sou marcada com frequência em postagens de fotos e vídeos de crianças negras na frente da tela da TV com minha imagem ao fundo, apresentando o JH”, diz . “Geralmente, a legenda das publicações menciona a importância da representatividade. Essas postagens são como presentes nestes tempos tensos que estamos vivendo”, prossegue Maju, que tem 1,4 milhão de seguidores no Instagram. “É um momento de tamanha intolerância, que aqueles que se sentem incomodados com fatos contrários a sua posição ideológica extravasam ódio e reagem de modo, geralmente, muito mal-educado”. Ela fala de cadeira. Na mesma proporção do sucesso e do reconhecimento, cresceram os ataques racistas à paulistana, que, recentemente também se tornou alvo de bolsonaristas. Ela não cita nenhum dos ataques especificamente, mas comenta que, para se defender, procura “ignorá-los ou agir judicialmente, em casos graves”. E não foge à luta: “Ser uma referência neste movimento (de afirmação racial) é uma responsabilidade. E isso implica em contribuir para que o debate e as ações de inclusão de nós negros na sociedade avancem. O avanço se dará quando a presença negra em diversos setores for naturalizada”. Grande Maju.