França diz que desistiu e apoia Haddad “em nome da democracia”
O ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) anunciou na tarde desta sexta (8) que não irá mais disputar o Governo de São Paulo nas eleições de outubro.
Em vídeo publicado nas redes sociais, França alegou a defesa da democracia ao justificar desistência de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes e declarou apoio ao ex-prefeito Fernando Haddad (PT).
Apesar de não citar no vídeo, França deverá concorrer ao Senado na chapa de Haddad. No começo da semana, o ex-governador chegou a informar ao comando do PSB e a candidatos do partido a sua decisão.
O ex-governador Márcio França (PSB) durante sabatina da Folha e UOL – Reprodução/UOL
No vídeo, França diz que havia se comprometido que quem liderasse as pesquisas de intenção de voto poderia ser o candidato do campo político do qual faz parte.
“E aqui tem palavra, você sabe disso. É por isso que eu decidi apoiar agora a candidatura do Fernando Haddad para governador. Ele reuniu essas condições e está na frente nas pesquisas. E é a hora de defender antes de tudo a democracia”, diz o ex-governador (veja abaixo).
Na publicação, França afirma ainda que em seus 40 anos de vida pública nunca viu “o Brasil numa situação tão grave”, cita a miséria e a fome e diz que o único caminho para mudar essa situação é “eleger juntos pessoas comprometidas com o resgate de nossos direitos”.
“Nessa situação de emergência, nós temos que pensar em todos e não em projetos pessoais”, diz ele.
“Fernando, vai você. Nós vamos juntos! Vamos buscar os nossos melhores dias. Eu abro mão da candidatura porque eu não abro mão dos meus princípios. Sempre fui assim. A democracia vai prevalecer e eu continuo sendo o mesmo Márcio França que não abre mão dessa democracia”, continua.
França deverá participar neste sábado (9) de ato em Diadema, São Paulo, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) e de Haddad.
O ex-governador vinha há meses driblando a pressão do PT ao insistir em sua candidatura. Ele argumentava que teria chances de atrair eleitores de centro-direita refratários a Haddad.
No último dia 30, no entanto, com a desistência do apresentador José Luiz Datena (PSC) de disputar o Senado por São Paulo a pressão sobre França aumentou para que ele desistisse.
Como a Folha mostrou, ao comunicar de sua desistência a aliados, França contou que impôs como condição ser o único candidato do Senado na coligação.
A concordância com essa exigência contrariou o PSOL, que se diz excluído da negociação e ameaça lançar um candidato ao Senado caso não ocupe espaço majoritário na chapa.
Folha