Bolsonaro cobra pressão popular para Câmara não derrubar decreto das armas
Após a derrota sofrida no Senado esta semana, o presidente Jair Bolsonaro fez apelo à população para que pressione os deputados a manterem a vigência dos decretos que flexibilizam as regras para o porte de armas no País. Em transmissão ao vivo pelo Facebook, ele afirmou “ter certeza” que a Câmara reverterá a decisão tomada pelos senadores, que aprovaram a derrubada dessas normas.
Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Quinta-feira, 20 de junho de 2019
“O Senado, há poucos dias, deu um cartão vermelho ao nosso decreto das armas, mas eu acredito que a Câmara vai reverter essa situação na semana que vem”, disse Bolsonaro. O tema deve ser pautado diretamente no plenário da Casa na terça ou na quarta. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já sinalizou que a proposta também enfrenta resistência entre deputados.
“Antes que falem que estou interferindo no Legislativo, deixo claro que é comum comparecer deputado e senador me procurando para que eu vete algum dispositivo. Da minha parte agora, também estou pedindo para os deputados que não acolham o decidido pelo Senado. Isso é democracia. E pedindo para que você, eleitor, cidadão, procure também seu deputado.”
Ele chamou ainda a Lei do Feminicídio (homicídio que envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição da mulher) de “leizinha”, ao indicar que uma arma é mais eficaz. “Você, proprietário rural, mulher do campo também, poxa. Ou você quer ter a ‘leizinha’ do feminicídio para mostrar a todo mundo? Vale a pena, a Lei do Feminicídio é bem-vinda, ninguém é contra não. Mas entre um pedaço de papel e uma arma na sua propriedade, que é sua, você tem o direito de andar armado em toda a sua extensão com a posse de arma”, defendeu Bolsonaro.
O presidente reafirmou ainda que as medidas foram pensadas para dar o direito à legítima defesa para as pessoas e que ele está cumprindo o que foi decidido pela população no referendo sobre o tema realizado em 2005. “A vontade da população tem que prevalecer e tenho certeza que deputados vão seguir os interesses da população”, disse.
Do Estadão