Ao senhor presidente e à sua candidata

Crônica

Peço desculpas pela ousadia, mas sinto que devo dar um conselho ao senhor presidente da República e à sua candidata a sucedê-lo no cargo.  Antes, porém, quero esclarecer pontos que, em um momento em que a infâmia e as acusações irresponsáveis campeiam, fazem-se imprescindíveis a fim de esclarecer a razão desta iniciativa.

Não escrevo na condição de correligionário ou de partidário dessas pessoas públicas, pois sou um cidadão desvinculado de partidos e de quaisquer outras corporações que não seja a Organização Não Governamental que fundei em 2007 com os leitores deste blog, o Movimento dos Sem Mídia. E tampouco mantenho proximidade com qualquer esfera de poder.

A meu juízo, o senhor presidente e a sua candidata foram tomados pela indignação dos justos. As denúncias incessantes e claramente imotivadas que parte da imprensa e o principal adversário deles nestas eleições lhes fazem são claramente movidas por interesses eleitorais, além do que são mentiras.

Usam o fato de os alvos da campanha denuncista não terem resistido ao bombardeio e pedido demissão como “prova” de que são culpados de alguma coisa ou de que os fatos “denunciados” realmente ocorreram.

É mentira, bem sei. Até este momento, só o que se pode afirmar é que essas pessoas que a mídia acusa viram as suas vidas postas de ponta cabeça por uma onda de acusações despejadas sobre o país por meios de comunicação que chegam a atingir mais de 90% dos lares brasileiros, como é o caso de uma Globo.

Diante desse poder de difamação, as autoridades foram obrigadas a determinar apuração de denúncias que não contêm uma só prova além da palavra dos acusadores, mesmo que esses acusadores sejam picaretas notórios, muitas vezes com extensa ficha policial, mas que ganham ares de promotores da moralidade em fotos posadas nos jornais.

Uma acusação antiga e não provada contra a candidata do senhor presidente da República, acusação que já ultrapassa década e que foi refutada pela Justiça, vem à tona. Todavia, a absolvição é informada ao público de maneira velada, de forma que o acusador prevaleça sobre o acusado quando o que ocorreu foi o contrário.

É de indignar. Provavelmente, este que escreve também estaria exasperado… Ou não. Pelo seguinte: apesar dessa barbaridade, os alvos dessa campanha imoral estão convencendo a população de que estão sendo difamados no interesse de um político menor que mesmo com toda a mídia ao seu lado não consegue se fazer acreditar.

Vi a candidata do senhor presidente da República e o próprio perdendo a paciência com a imundice que despejam seus adversários declarados e velados. Entendo o sentimento, mas não o recomendo. As críticas ao que estão sofrendo devem existir, mas de forma serena e permeada pelo direito e pela justiça, valores que estão ao lado dos difamados.

Não me manifesto por julgar que os aviltados poderão ter prejuízo eleitoral, mas porque quero vê-los em forma, em duas semanas, para receberem com altivez a decisão soberana da maioria dos brasileiros de ungi-los com o voto, mesmo a despeito de toda essa longa e estridente gritaria midiática, que, então, será sufocada pelo brado tonitruante das urnas.