Ato contra o racismo em SP reúne 500 pessoas
No último dia 11, no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo, sob iniciativa de parlamentares da Casa como o vereador Francisco Chas, da ONG Movimento dos Sem Mídia, do Centro de Tradições Nordestinas e outras entidades ligadas ao movimento negro, nordestino e de direitos humanos, foi feito um ato contra o racismo no Estado.
O plenário da Câmara, que comporta 500 pessoas sentadas, no auge do evento teve todos os assentos ocupados pelo público e algumas pessoas ainda tiveram que ficar em pé. Boa parte dos presentes era de membros do MSM, pelo que há que cumprimentar essas pessoas.
Devido ao fato de o signatário deste blog ter ocupado a mesa de debates ao lado de autoridades como os vereadores petistas Francisco Chagas e Ítalo Cardoso, e também do representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Centro de Tradições Nordestinas (CTE), faltam mais fotos inclusive da mesa. Quem tiver fotos do evento para enviar a este blog, elas serão publicadas.
Surpreendentemente, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, enviou mensagem oficial da entidade de apoio ao ato. Além disso, a equipe do programa CQC, da tevê Bandeirantes, também cobriu o evento.
A fala deste blogueiro ao público presente foi no sentido de que a sociedade deve atentar para o fato de que o racismo anti-nordestinos não se resume à jovem estudante de Direito que veiculou mensagens ofensivas àquela parcela dos brasileiros oriunda do Nordeste, sendo uma postura generalizada entre as classes média-alta e alta de São Paulo.
O Movimento dos Sem Mídia também pediu punição exemplar dos praticantes de racismo e sugeriu ao vereador Francisco Chagas, autor de representação contra 94 pessoas que enviaram mensagens racistas por meio de redes sociais, que inclua na ação junto ao Ministério Público os signatários do manifesto racista “São Paulo para os paulistas”, que segue na internet.
Uma boa notícia: o Ministério Público Federal acolheu a representação do vereador Francisco Chagas e decretou segredo de Justiça nas investigações. Ou seja: todos os racistas que veicularam mensagens contra o povo nordestino na internet serão investigados pelo crime também em nível federal.
Apesar do boicote da imprensa em geral, o ato público contra o racismo teve um peso político bastante significativo porque mostrou que a sociedade dispõe de meios para reagir contra essa praga ideológica inclusive do ponto de vista legal, bem como em termos de mobilização de entidades que se mostram dispostas a atuar com firmeza contra esse tipo de crime.
Mais importante do que o ato, porém, será a fiscalização dos processos abertos contra os racistas. Não se aceitará que saiam impunes e haverá instrumentos para garantir que isso não ocorra, até porque as manifestações de intolerância e preconceito em São Paulo só fazem crescer.
Contudo, a indiferença da imprensa em relação ao racismo não é o mais grave. Veículos como a Folha de São Paulo chegaram a publicar textos de apologia ao racismo. Dois artigos foram publicados nesse sentido pelo jornal na 5ª e na 6ª feira da semana passada. O Movimento dos Sem Mídia estuda a possibilidade de tais textos terem infringido a lei.