Barraco tucano prevê decadência da direita em 2018

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No último sábado (9), em convenção nacional em Brasília, o PSDB indicou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como novo presidente do partido. Em discurso logo após ser eleito, o tucano partiu para o ataque contra Lula.

“Depois de ter quebrado o Brasil, Lula diz que quer voltar ao poder. Ou seja, meus amigos, ele quer voltar à cena do crime. Fiquem certos de uma coisa, nós os derrotaremos nas urnas. Lula será condenado nas urnas pela maior recessão de nossa história. As urnas os condenarão pelos milhões de empregos perdidos, pelas empresas fechadas, pelos sonhos desfeitos”, discursou o tucano.

Pouco antes, ocorreu uma batalha campal no local da convenção. O então presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves, foi hostilizado ao chegar à convenção nacional do partido.

Aécio levou uma claque da juventude do PSDB-MG para a convenção. Todos usavam chapéu com o nome dele. O tucano foi cercado pelo grupo, que gritou “ Viva Aécio”, mas teve que fugir do evento depois que o grupo ligado ao senador Tasso Jereissati começou a vaiá-lo.

Jereissati (CE) começou a discursar e um grupo de opositores internos começou a batucar. Aliados não gostaram e começou uma briga campal, com cadeiras voando, muitos palavrões e ameaças.

Alckmin, em seu discurso, fez um improvável discurso ético devido ao fato de que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu há pouco tempo pedido do Supremo Tribunal Federal para investigar o governador de São Paulo.

O STJ é a instância na qual tramitam processos que envolvem governadores.

Em abril, o ministro do Supremo Edson Fachin havia determinado que fossem encaminhadas ao STJ delações da Odebrecht que envolvem Alckmin.

Delatores disseram que a construtora teria repassado dinheiro para campanhas de Alckmin ao governo paulista e que as quantias não teriam sido declaradas na prestação de contas. Ainda segundo delatores, um cunhado do governador teria recebido, pessoalmente, parte desses valores.

O discurso ético de Alckmin não colou em 2006 e não cola agora porque, à exceção do eleitorado do interior de São Paulo, ele é malvisto em todo país por enterrar CPIs contra seu governo

Não é à toa que Alckmin se desmoralizou tanto. Em 2016, ao lado de Aécio Neves tentou caminhar entre os manifestantes contra Dilma, na avenida Paulista, e ambos foram efusivamente vaiados até por antipetistas hidrófobos.

Pelo discurso de Alckmin na convenção em que foi sagrado como novo presidente do PSDB, ele não aprendeu nada com a derrota de 2006.

A desastrosa convenção do PSDB no fim de semana revela um partido dividido, em crise devido à forte rejeição que colocou o ex-candidato a presidente, governador do maior Estado do país e protegido da mídia em uma colocação sofrível nas pesquisas de intenção de voto.

Eis a situação da direita em 2018.

1 – Seu candidato mais forte, e o único com chances reais de vitória em 2018, é um lunático que vai virar pó quando seus discursos propondo tortura, genocídio de dezenas de milhares de pessoas, sonegação de impostos, segregação racial, de gênero e de orientação sexual forem mostrados ao país.

2 – Os candidatos tradicionais de direita, que se dizem – e são ditos pela mídia – de “centro-direita”, estão desmoralizados sobretudo por conta de terem sido moralistas contra o PT e depois terem aparecidos nas mesmas delações que acusaram os petistas.

3 – Os candidatos de direita mais viáveis, ou seja, os do PSDB, estão maculados por terem aderido ao odiado Michel Temer e por terem ajudado a implementar reformas como a trabalhista, que estão empobrecendo rapidamente os brasileiros.

4 – A única candidatura de orientação política dúbia, a de Marina Silva, está abalada pelo apoio ao odiado Aécio Neves na eleição de 2014.

O barraco tucano no fim de semana simboliza o fim de um breve e doloroso flerte dos brasileiros com a direita após mais de uma década de governos progressistas que produziram justiça social e desenvolvimento econômico como nunca, jamais ocorreu neste país e que devem ser reeditados pelo próximo governo que o Brasil eleger.

Ano que vem, a esta hora, ninguém mais terá como discordar desta previsão simplesmente porque já terá se realizado.

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