Globo condenou Lula, não o TRF4

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O resultado do julgamento farsante do ex-presidente Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região era amplamente esperado. Por conta da certeza que havia de que aquela Corte condenaria Lula que dezenas de milhares de cidadãos de todo país foram a Porto Alegre protestar contra a condenação anunciada do mais forte candidato a presidente em 2018. Mas o nível de farsa foi acima do previsto.

Antes de avançar nesse caso, vamos entender que tudo isso decorreu de reportagem de um ditador que manda e desmanda no país há mais de meio século.

“Reportagem do jornal O Globo não transfere a propriedade”, disse advogado de defesa de Lula Cristiano Zanin Martins ao criticar a manifestação do Ministério Público sobre o caso durante o julgamento da apelação do ex-presidente Lula.

O processo que desencadeou os fatos que ocorreram nos últimos dias em Porto Alegre nas ruas e no Tribunal Regional Federal da 4ª Região derivam de reportagem do jornal O Globo publicada em 7 de dezembro de 2014.

A reportagem de O Globo afirma, então, que Lula é dono de um tríplex avaliado entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão” em edifício que começou a ser construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) e que, quando a cooperativa teve dificuldades financeiras, foi finalizado pela construtora OAS e que o ex-presidente iria receber o imóvel enquanto outros cooperados continuavam na fila.

Já à época se configurava um contrassenso nessa afirmação porque a obra foi terminada porque a empreiteira OAS a comprou antes de concluída e, assim, investiu recursos e o edifício foi terminado. Apesar disso, a reportagem afirmava que Lula iria receber o imóvel por ter tido preferência da Bancoop, que já nem era mais dona do empreendimento.

A partir desse momento, o aparato midiático derramou-se sobre o país como lava expelida por um vulcão. Durante os dois anos seguintes, seriam MILHARES de reportagens e textos opinativos dizendo que Lula recebeu esse imóvel como propina por traficar influência junto à presidente Dilma Rousseff, que jamais foi acusada nesse caso.

Desde aquela reportagem inicial fazendo a denúncia, a Globo passou a atuar em consonância com o Ministério Público Federal de modo a produzir uma denúncia contra Lula que acabaria aceita pelo juiz Sergio Moro.

A condenação de Lula por Moro baseou-se no que o Ministério Publico chama de “provas indiciárias”. Devido ao fato de que essas provas são frágeis, baseadas em delações como a do zelador, mas, sobretudo, na do ex-presidente da OAS Leo Pinheiro, coagido pela Lava Jato a mudar seu depoimento para, ao invés de inocentar Lula, como fazia até então, passar a acusa-lo.

O revisor da 8ª turma do TRF4, Leandro Paulsen, argumentou que era uma acusação injusta porque Pinheiro não foi beneficiado por acordo de delação premiada (?!).

Ora, se o principal acusador de Lula no caso do tríplex não fechou acordo de delação premiada, então não ganhou nada para passar a acusar o ex-presidente? Está acusando Lula por altruísmo?

É menos, doutor Leandro Paulsen. Bem menos. Leo Pinheiro não teve a sua delação homologada porque foi beneficiado pela Justiça sem acordo nenhum. Sua pena caiu, misteriosamente, de QUARENTA E QUATRO ANOS para DOIS anos!!, conforme reportagem de O Globo.

Tudo que aconteceu em 24 de janeiro no TRF4 foi amplamente previsto. Por isso houve um grande protesto pró Lula em Porto Alegre na véspera do julgamento e até matérias da grande imprensa dando o placar desse julgamento muito antes de o resultado ser conhecido,

A defesa de Lula teve poucos minutos para se pronunciar, o julgamento foi sumário (rápido demais) e baseado em suposiçõezinhas reunidas em uma mega suposição de que o ex-presidente Lula recebeu aquele imóvel como propina sem nunca ter usufruído dela e apesar de essa propina nunca ter saído do bolso do corruptor.

A luta continua. A condenação da ONU à farsa que foi esse julgamento vem aí.

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Assista reportagem do Blog da Cidadania sobre o caso. Em seguida, leia mensagem do Blog para você.

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