Gaste cinco minutos da sua vida para ver o bem vencer o mal

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Não é todo dia que você pode ver e entender a forma como a vida e a humanidade se equilibram entre o bem e o mal. Eis por que exorto a tantos quantos leiam este chamamento a que gastem 5 minutos de suas vidas para ver esse fenômeno fascinante em pleno funcionamento.

Talvez você já tenha visto alguma coisa por aí sobre um professor de uma universidade do Rio Grande do Norte que humilhou e expulsou da sala de aula uma aluna que trabalha de dia, estuda à noite e costuma levar a filha de 5 anos para a classe por não ter onde deixá-la.

A matéria saiu no portal G1. Professor do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi alvo de denúncia após humilhar uma aluna em sala de aula. Alípio Sousa Filho afirmou que a estudante Waleska Maria Lopes só poderá voltar a assistir as aulas de sua disciplina (Introdução à Sociologia) caso apareça sozinha, sem a sua filha de 5 anos.

“Me senti muito mal. Minha filha perguntou se não podia mais assistir às minhas aulas. Se era por causa dela. É uma grande humilhação. A única família dela sou eu. Ela só tem a mim. Foi terrível”, relatou a aluna, que cria a filha sozinha.

Nascida no Rio de Janeiro, Waleska Lopes mudou-se para Natal (RN) em 2017 com o objetivo de estudar e entrou na universidade com a nota obtida no ENEM.

A confusão na UFRN aconteceu na última terça-feira (6 de março) e alguns áudios foram registrados por estudantes, que se solidarizaram com Waleska.

Na primeira parte dos áudios divulgados, o professor pede para os alunos darem mais valor à universidade. E deixa bem claro que considera uma falta de respeito uma aluna levar a filha para a sala de aula.

Ela encontre uma rede de solidariedade para cuidar da criança. Não consegue essa rede de solidariedade? Repense sua vida. Não tem que estar fazendo Ciências Sociais, não tem que estar estudando na universidade. Você só faz isso se tiver condições. Agora não vai impôr à instituição coisas que não são assimiladas pela instituição (…) ‘ah, eu sou pobre, não tenho’. Problema seu, a universidade não tem problema com isso, se vire

Em seguida, Alípio Sousa ameaça chamar o Conselho Tutelar para Waleska e diz que ela não respeita a “autoridade moral” da universidade. O professor também afirma que aquele não é um local para crianças por causa dos assuntos tratados em sala de aula.
O docente continua seu discurso dizendo que Waleska deveria buscar uma rede de solidariedade e que se ela não a tem, não deveria cursar Ciências Sociais. E finaliza dizendo que é o Estado que o autoriza a determinar isso. Waleska saiu da sala de aula às lágrimas, acompanhada de sua filha.
Abaixo, os áudios

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Nesse ponto, você já começa a perder a fé na humanidade. Quão duro tem que ser o coração desse homem para agir assim? Como é possível que um professor não tenha a menor admiração por uma estudante que tem tanta ânsia por conhecimento a ponto de, após um dia inteiro trabalhando como assistente de telemarketing, ir estudar tendo que “se virar” para cuidar da filha enquanto tenta se concentrar na aula?

Esse homem só sentiu raiva diante de um esforço tão notável… Pobre diabo.

Durante a vida, todos encontramos pessoas más que nos fazem sentir uma desesperança que chega a doer na pele, mas eis que descobrimos atos de bondade e decência que acabam sendo mais poderosos do que os atos de maldade.

Senão, vejamos.

Em primeiro lugar, esse caso doloroso só veio à tona porque um grupo de colegas nobres e solidários da jovem Waleska gravou em áudio o ódio expelido pelo tal professor Alípio e fez a denúncia.

A denúncia corajosa e solidária gerou mais bondade. Uma pedagoga e empresária, dona de uma creche que funciona 24 horas por dia, em Natal, e se dispôs a ajudar Waleska Lopes oferecendo bolsa para sua filha para que a jovem possa estudar tranquilamente.

Mas não é só isso. Também guarda relação com esse caso a postura do professor Alessander Mendes, que leciona Direito Penal em uma faculdade de Teresina (PI). Alessander embalou e ninou o bebê que uma aluna que tem a mesma dificuldade de Waleska para que esta continuasse assistindo aula.

O educador conta que o bebê estava quietinho durante a maior parte da aula, mas começou a chorar e ele percebeu a tristeza demonstrada pela mãe ao ter que deixar a classe.

Assista o vídeo do professor bom durante seu ato de generosidade, em contraste com o áudio do professor mau.

Eis um bom momento para reflexão. Se estiver triste com o nosso país, se estiver achando que tudo está perdido, que a maldade venceu, este post servirá de linimento para essa dor ao mostrar que para cada ato de maldade, vários atos de bondade se produzem.

Por isso o mundo só fez melhorar desde a aurora da humanidade. E vai continuar melhorando. O bem vencerá o mal, no fim. A maldade colhe vitórias efêmeras, frágeis, frívolas; a bondade planta sementes duradouras que florescem com o tempo.

Fique bem, leitor (a).