Polícia Civil do Rio acredita que os assassinos seguiram a vereadora desde o momento em que ela saiu do evento onde estava na Lapa, no Centro do Rio, na noite de quarta. Nessa hipótese, o carro dela foi perseguido por cerca de 4 km.
Segundo a investigação, Marielle não tinha o hábito de andar no banco de trás do veículo, que tem filme escuro nos vidros. Na noite de quarta, no entanto, ela estava no banco traseiro quando o crime ocorreu, o que seria mais uma prova de que os assassinos estavam observando a vítima há algum tempo.
Além da assessora que estava no carro com Marielle, a polícia já ouviu ao menos mais uma testemunha do crime. O secretário Estadual de Direitos Humanos do Rio, Átila Alexandre Nunes, afirmou que o órgão está deixando o programa de proteção à disposição das testemunhas da morte de Marielle Franco.
Disque-denúncia lança cartaz para pessoas denunciarem sobre o crime (Foto: Divulgação)
O Disque Denúncia já tinha recebido, até a noite desta quinta, 10 denúncias sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSol) e de seu motorista Anderson Gomes. À tarde, o serviço de denúncias divulgou cartaz pedindo informações sobre o caso.
Na manhã desta quinta (15), o novo chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, disse que a morte da vereadora Marielle atenta contra a democracia e reafirmou que a principal linha de investigação é execução.
“Estamos diante de um caso extremamente grave que atenta contra a dignidade da pessoa humana, que atenta contra a democracia. Quero agradecer ao deputado Marcelo Freixo por ter vindo à chefia da Polícia Civil, é uma demonstração de apreço e respeito pela instituição. Vamos adotar todas as formas possíveis e impossíveis para dar resposta a este caso gravíssimo”, disse.
A declaração foi feita ao lado do deputado Marcelo Freixo (PSOL). Segundo o parlamentar, não havia nenhuma ameaça contra a colega. Freixo disse ter conversado com familiares e amigos de Marielle, que confirmaram as informações.
“Quem matou a Marielle tentou matar a possibilidade de uma mulher negra, nascida na Maré, feminista, estar na política. Isso não é aceitável em qualquer lugar do mundo. Vamos exigir até o último momento que se descubra o que aconteceu”, garantiu Rivaldo.
Multidão se reúne para o velório de Marielle (Foto: Marcos Serra Lima/G1)
Durante toda a quinta-feira, milhares de pessoas se concentraram diante da Câmara Municipal, onde Marielle trabalhava, para uma última homenagem à vereadora e a Anderson Gomes.
Na tarde desta quinta-feira (15), os corpos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes foram enterrados por volta das 18h sob forte emoção de amigos e de familiares.
(Foto: Karina Almeida / G1)