Alckmin vai depor para explicar arrecadação de propina

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O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) foi chamado pelo Ministério Público de São Paulo a prestar depoimento no dia 15 de agosto no inquérito que o investiga por suspeita de improbidade administrativa pelo suposto recebimento de R$ 10,3 milhões de caixa 2 da Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014 ao governo do Estado. A investigação está sob sigilo.

Esta é a primeira vez que o pré-candidato do PSDB à Presidência da República é notificado a depor em São Paulo sobre as delações da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. Alckmin já prestou depoimento por escrito sobre o mesmo fato em outro inquérito que tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi remetido para Justiça Eleitoral paulista em abril, depois que dele renunciou ao governo para disputar a eleição e perdeu o foro privilegiado.

O inquérito civil em São Paulo foi instaurado no dia 20 de abril pela Promotoria do Patrimônio Público. Além de Alckmin, são alvo da investigação Adhemar César Ribeiro, cunhado do tucano, e o ex-secretário e ex-tesoureiro da campanha alckmista de 2014 Marcos Monteiro. Segundo dois delatores da Odebrecht, Ribeiro e Monteiro foram os responsáveis por receber os pagamentos durante as campanhas de 2010 e 2014, quando o tucano se elegeu e reelegeu governador do Estado.

Adhemar César Ribeiro já prestou depoimento ao promotor Ricardo Manuel Castro na semana passada. O Estado apurou que o cunhado do ex-governador disse que intermediava a relação do tucano com empresários, inclusive para realização de palestras, mas negou ter recebido dinheiro para campanha política. Procurado pela reportagem, o promotor disse que não se manifestaria porque o inquérito está sob sigilo. O advogado Benedicto Porto Neto, que defende Ribeiro, não retornou à reportagem.

Já Marcos Monteiro, que foi tesoureiro de campanha e secretário de Planejamento do governo Alckmin, foi chamado a depor no dia 13 de agosto. Segundo os delatores da Odebrecht, Monteiro era identificado com os codinomes ‘Salsicha’ e ‘MM’ nas planilhas de pagamento de propina da empreiteira. Desde que as delações foram divulgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em abril de 2017, Alckmin e Monteiro têm negado recebimento de recursos ilícitos nas campanhas.

Inquérito. Em abril, o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, chegou a avocar, a pedido de Alckmin, o inquérito das mãos do promotor Ricardo Manuel Castro para “avaliar” se a competência de investigar o ex-governador não era exclusiva do chefe do Ministério Público. Castro criticou a conduta e acionou o Conselho Nacional do Ministério Público. Smanio recuou e devolveu o inquérito ao promotor natural do caso.

Com informações do Estadão.