ONU advertiu Brasil sobre candidatura Lula
Nesta 3ª-feira (3/7), a defesa de Lula voltou à Europa para denunciar farsa processual da Justiça brasileira. Os advogados deram entrevista coletiva na Suíça para atualizar a comunidade internacional com novas provas dessa farsa. Após o evento, o advogado australiano Geofrey Robertson informou que a ONU fez uma advertência ao Brasil para não impedir a candidatura de Lula.
A coletiva ocorreu na cidade-sede do Comitê de Direitos Humanos da ONU (EACDH), no Clube Suíço de Imprensa.
O advogado britânico Geofrey Robertson, conselheiro da Rainha da Inglaterra e responsável pela defesa de Lula na ONU disse à imprensa internacional e à ONU que seu cliente “continua lutando” pela liberdade e para manter seus direitos políticos, mas que a situação está se tornando “dramática” devido à proximidade do período eleitoral.
Nesta terça-feira, a coluna da jornalista Monica Bergamo, na Folha de São Paulo, informou que o processo em que Lula é investigado por reformas no sítio de Atibaia realizadas por empreiteiras pode ser finalizado pelo juiz Sergio Moro em outubro, na reta final das eleições presidenciais, a tempo de influir no processo eleitoral de 2018.
O advogado, que falou ao lado de Valeska Teixeira Zanin Martins, que também integra a defesa do ex-presidente, reiterou críticas ao processo conduzido pelo juiz Sergio Moro e disse que ele se comportou como os juízes da inquisição espanhola.
“É como se a polícia conduzisse uma investigação e depois tirasse o capacete e colocasse a toga”, comparou, realçando o fato de que quem acusa o ex-presidente PUBLICAMENTE, como Sergio Moro, não poderia julgar seu caso com isenção. E esse é um conceito universalmente aceito, de que quem investiga e acusa não pode julgar.
Citando ainda o comentário feito em 2017 pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), para quem a sentença de Moro foi “irrepreensível”, o defensor disse que o processo todo “foi uma farsa, comandada por um grupo de juízes determinados a destruir Lula como candidato”.
Vale assistir trecho da coletiva no vídeo ao fim do texto.
Em maio, o Conselho de Direitos Humanos da ONU adiou a decisão sobre o pedido de medida cautelar feito pela defesa do ex-presidente para que ele fosse solto no Brasil, mas disse que continuaria a avaliar a admissibilidade e o mérito do pedido.
A ONU informou que talvez não consiga chegar a uma posição final antes do final do pleito eleitoral deste ano no Brasil devido ao acúmulo de processos de arbítrio ocorrendo em todo mundo, sendo que alguns desses processos envolvem pena de morte das vítimas que recorreram ao organismo internacional.
Após a coletiva, Robertson disse que o órgão das Nações Unidas recomendou ao Brasil que não tome “nenhuma atitude para frustrar o caso ou tornar a decisão do comitê inútil”. À ONU, o governo brasileiro negou que o ex-presidente sofra perseguição política.
Confira a reportagem em vídeo