Gilmar Mendes acusa Sérgio Moro de interferir na eleição presidencial

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Durante a realização de seu discurso na Universidade de São Paulo, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, criticou ao que ele chama de “intervenções do judiciário” no período eleitoral, em alusão à ação do juiz Sérgio Moro de publicizar parte do conteúdo do acordo da delação premiada do ex-ministro petista Antônio Palocci Filho.

Um dos mais polêmicos ministros da mais alta instância do Poder Judiciário brasileiro, ministro Gilmar Mendes, se manifestou duramente em relação ao papel desempenhado pela Operação Lava Jato, durante a realização do pleito eleitoral deste ano. Vale lembrar que a Lava Jato é considerada a maior operação anticorrupção em toda a história do país e é conduzida em primeira instância, pelo juiz Sérgio Moro, titular da décima terceira Vara Criminal da Justiça Federal de Curitiba, no estado do Paraná. A Lava Jato apura uma série de crimes que envolve políticos, empresários e doleiros, através de um mega esquema de distribuição de propinas e desvios de recursos públicos provenientes da maior estatal brasileira; a Petrobrás.

Os desdobramentos das investigações da força-tarefa de trabalho da operação resultaram na prisão do principal líder do Partido dos Trabalhadores (PT); o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-mandatário tornou-se alvo do conteúdo de delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci. Gilmar Mendes se pronunciou durante um discurso realizado nesta segunda-feira (01), em palestra realizada na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, na capital paulista.

Críticas à atuação da Polícia Federal e da força-tarefa da Lava Jato

Durante a realização de seu discurso na Universidade de São Paulo, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, criticou ao que ele chama de “intervenções do judiciário” no período eleitoral, em alusão à ação do juiz Sérgio Moro de publicizar parte do conteúdo do acordo da delação premiada do ex-ministro petista Antônio Palocci Filho.

Gilmar Mendes, ao demonstrar inconformidade com a situação, disse que “acha que vai ter que pensar num modelo institucional (para que possa evitar isso)”. O magistrado foi ainda mais longe, ao afirmar que “matérias estariam sendo investigadas há bastante tempo, de modo que daí viria a decisão no período eleitoral, o que o mesmo considera isso absolutamente impróprio”. Ainda, em relação à decisão de Moro e o papel da Polícia Federal, ao publicizar o conteúdo da delação de Palocci, Mendes disse que essa ‘intervenção do Judiciário” poderia ter sido feita pelo “partido da polícia”, ao se referir à força-tarefa da Lava Jato.

Além de Gilmar Mendes estar falando a respeito da decisão do juiz Sergio Moro em divulgar a delação de Palocci, também se referiu a não autorização do Supremo aos meios de imprensa para entrevistar o ex-presidente Lula.