STF se unirá na defesa de gays, mulheres e negros contra novo regime

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A proteção de direitos fundamentais deve unir as correntes distintas do STF (Supremo Tribunal Federal) como há muito não se via. Diversos ministros têm manifestado preocupação em relação a declarações e iniciativas que indicam a possibilidade de um retrocesso em vários temas depois da eleição de Jair Bolsonaro.

O ministro Luís Roberto Barroso é um dos primeiros a externalizar a convicção. “O Supremo pode ter estado dividido em relação ao enfrentamento da corrupção. Muitos laços históricos difíceis de se desfazerem, infelizmente. Mas em relação à proteção dos direitos fundamentais, ele sempre esteve unido”, afirma.

O magistrado diz que sempre houve consenso no tribunal “em favor das mulheres, dos negros, dos gays, das populações indígenas, de transgêneros, da liberdade de expressão”, afirma. “Aliás, esse episódio envolvendo a proibição de manifestação em universidades já sinalizou isso. Por essa razão, não creio que haverá retrocesso”, completa.

Quando juízes eleitorais ordenaram que a polícia entrasse em universidades para retirar faixas e fiscalizar materiais, Gilmar Mendes e Barroso foram os primeiros integrantes do STF a se manifestarem a respeito. Os dois quase sempre divergem em matérias criminais.

O juiz Sergio Moro não se manifesta sobre o convite que Bolsonaro fará a ele para ser ministro da Justiça ou então do STF. “Não tem comentário. Vou ficar devendo”, disse ele à coluna na segunda (29) por telefone. Questionado se já foi procurado por emissários do presidente eleito, voltou a repetir: “Vou ficar devendo”.

Bolsonaro viu a apuração dos votos no domingo (28) pela TV Record.

A emissora foi a única que pôde entrar na casa do presidente eleito na noite da eleição. O dono da emissora, bispo Edir Macedo, declarou apoio a ele na campanha.

Bolsonaro soube da vitória com atraso: a TV Globo transmitiu o resultado 15 segundos antes da concorrente.

As jovens brasileiras votaram à esquerda do restante do eleitorado nesta eleição. Se dependesse das mulheres que têm entre 16 e 24 anos, Haddad seria presidente com 59% contra 41% dos votos, segundo pesquisa do Datafolha publicada no sábado (27).

Já entre os homens de mesma idade, Bolsonaro teria 60% contra 40% de Haddad. No total, o capitão reformado teve 55% dos votos, contra 45% do petista.

Em SP, as jovens elegeriam Márcio França (PSB) com 67% dos votos, contra 33% e João Doria (PSDB). No total Doria teve 52% e França, 48% dos votos.

O PT discute o papel que dará a Fernando Haddad depois das eleições. Uma das ideias é que ele presida a fundação do partido, estabelecendo diálogo com legendas internacionais de esquerda e também viajando pelo Brasil.

O ex-presidente Lula acompanhou a apuração dos votos que elegeu Bolsonaro ao lado de um dos carcereiros da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

Lula disse a um interlocutor que “perder faz parte” e que essa é a oitava disputa de segundo turno de que o PT participou.

Da FSP