Bolsonaro agradeceu muito e propôs pouco

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A Folha utilizou modelo estatístico para comparar prioridades de cada presidente em seus discursos inaugurais. Foram analisadas 63 mil palavras, que foram agrupadas em oito temas.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi um dos que mais fez agradecimentos e um dos que menos falou de economia.

CORTESIAS, AGRADECIMENTOS E ELOGIOS: Os presidentes tendem a agradecer aos presentes na cerimônia; ao povo; às instituições públicas, como a Justiça Eleitoral e o Congresso; à família; e a Deus.

ECONOMIA: Tema caro a quase todos, mas com variantes. Lula enfatizou expansão para ajudar pobres; Jânio, austeridade para pagar dívidas. Bolsonaro foi o que menos falou do assunto (13%) desde Médici (1969).

CRENÇAS E VALORES: Os discursos enaltecem o povo e a história brasileira, as instituições (partidos e Forças Armadas, por exemplo) e a democracia, além de evocarem o patriotismo e outros valores morais.

POLÍTICA EXTERNA: Dutra menciona a continuidade da cooperação com as Nações Unidas e os Estados Unidos após a 2ª Guerra Mundial; já Collor enfatiza a abertura do país para relações bilaterais e coletivas.

MENÇÃO A PROBLEMAS: Combate à corrupção é recorrente, citado por Dilma e Bolsonaro. Também são mencionados conflitos com a opinião pública (por Costa e Silva) e ameaças à Constituição (Goulart).

POLÍTICAS SOCIAIS: FHC (1995) deu destaque à área, especialmente para área educacional e cultural. Itamar citou bastante direito à cidadania e o cuidado com os mais velhos, crianças e miseráveis.

PROPOSTAS POLÍTICAS: Getúlio, na instituição do Estado Novo, justifica a promulgação de uma nova Constituição; Castelo Branco menciona a restauração da liberdade democrática, contra fraudes e distorções.

OUTROS: Aqui estão agrupados tópicos como pedido a Deus para ajudar o povo e novo governo, palavras sobre a responsabilidade do cargo e pedido de confiança aos opositores.

*Foram considerados 2 discursos de cada presidente, em geral o do Congresso e da Justiça eleitoral; apenas para Bolsonaro foram 3 (também no parlatório), pois todos foram breves.

Fontes: Biblioteca da Presidência da República, livro “Palavra de Presidente: os discursos presidenciais de posse, de Deodoro a Lula” de João Bosco B. Bonfim, livro “Discursos Selecionados do Presidente Jânio Quadros” de Camille Bezerra de Aguiar Muniz e Acervo da Folha

Da FSP