Bolsonaro volta a ameaçar o país com “a volta da esquerda”

Todos os posts, Últimas notícias

O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil “precisa funcionar” e tomar medidas para consertar a economia, se não corre o risco de se transformar numa Venezuela. Em entrevista à agência de notícias Bloomberg em Davos, Bolsonaro afirmou que o governo vai enviar ao Congresso uma proposta para mudar a Previdência com cortes “substanciais” nos pagamentos de benefícios e com a fixação de uma idade mínima para a aposentadoria. Segundo o presidente, há a consciência no país de que as reformas são vitais para que o país e os estados continuem a operar.

— O Brasil tem que resolver isso. Se não, a esquerda vai voltar e não saberemos o destino do Brasil, talvez ele se torne um regime como o que temos na Venezuela — afirmou o presidente.

Com investidores globais animados com a perspectiva de ter um Brasil de clima mais amigável ao mercado, o presidente brasileiro já tinha declarado em entrevista nesta terça-feira que iria reduzir impostos e a burocracia em uma fala breve. Enquanto o potencial do Brasil em atrair interesse pela venda de ativos e a possibilidade de expansão do comércio permanece alta, os investidores estão começando a demandar informações mais precisas do novo governo. Após um avanço de 20% desde a vitória de Bolsonaro no primeiro turno das eleições presidenciais, em outubro, a B3 (Bolsa de São Paulo) parece ter iniciado uma pausa.

Alguns dos planos de privatização começaram a ser anunciados no últimos dias. A proposta da reforma da Previdência, contudo, será apresentada ao Congresso apenas em meados de fevereiro, podendo levar meses até que seja aprovada. Os mercados acompanham de perto o processo pelo impacto que deverá ter nos esforços para redução do déficit orçamentário.

Jair Bolsonaro disse que há articulações para modernizar o Mercosur, o bloco econômico da América do Sul, e permitir que o Brasil possa buscar acordos comerciais internacionais em separado.

— Um país do tamanho do Brasil não pode ser freado pelo Mercosur na hora de negociar com o resto do mundo — disse o presidente.

Ele destacou que o impasse em negociações com a União Europeia foi consequência da resistência da França a demandas brasileiras em relação a produtos agrícolas.

De O Globo