Com governo paralisado, Trump não irá ao Fórum Econômico Mundial

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O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (10) que não irá mais ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, por causa da “intransigência democrata” sobre o financiamento do muro que ele quer construir na fronteira com o México.

O republicano está em deslocamento para McAllen, no Texas, onde fará uma visita à fronteira com o país vizinho para defender novamente a necessidade de construir uma barreira de aço ou muro de concreto.

Trump aproveitou a viagem para comunicar que cancelou a viagem ao fórum, que acontece de 22 a 25 de janeiro. “Por causa da intransigência democrata sobre segurança da fronteira e pela grande importância da segurança de nossa nação, eu respeitosamente estou cancelando minha viagem muito importante a Davos, Suíça, ao Fórum Econômico Mundial. Minhas mais calorosas considerações e desculpas ao WEF [sigla em inglês do fórum]”, escreveu.

A delegação americana deve ser liderada pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. Antes de embarcar para McAllen, o presidente disse que planejava ir a Davos, mas ficaria em casa se a paralisação continuasse.

O impasse com democratas diz respeito ao financiamento ao muro. O presidente se recusa a assinar quaisquer medidas para financiar o governo que não contemple verba para a obra. Os democratas rejeitam aprovar qualquer lei que tenha essa provisão.

Por causa da disputa, o presidente abandonou, na quarta-feira (9), um encontro com os líderes do partido adversário, Chuck Schumer e Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados.

O republicano qualificou o encontro de “total perda de tempo”. Segundo Schumer, “infelizmente o presidente simplesmente levantou e saiu andando.”

O rompante desta quarta reforça as chances de Trump declarar emergência nacional para construir o muro, o que dispensaria a aprovação do Congresso para obter os recursos para a obra. Um levantamento da CNN indica que, atualmente, os EUA estão com 31 estados de emergência em vigor –que abrangem temas como a proliferação de armas de destruição em massa (1994) e ataques do 11 de Setembro.

Na noite de terça (8), no pronunciamento à nação, Trump recorreu ao discurso de medo para tentar ganhar o apoio da população à construção do muro e responsabilizar os democratas pelo fechamento do governo.

Na última quinta (3), no primeiro dia do controle democrata da Câmara dos Deputados, os congressistas aprovaram duas medidas que buscavam reabrir o governo.

Foram aprovadas duas medidas separadas. Uma incluía dinheiro para financiar temporariamente o Departamento de Segurança Doméstica nos níveis atuais até 8 de fevereiro, dando tempo para que democratas e republicanos continuem as negociações sobre o financiamento ao muro.

Outra proposta financiaria os departamentos de Agricultura, Interior e outros até 30 de setembro, quando termina o atual ano fiscal.

Mas, sem o dinheiro para o muro, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, se recusou a colocar as propostas para votação.

Até agora, o governo americano já sofreu 21 paralisações desde que o Congresso introduziu a lei de controle que determina o processo orçamentário no país.

A paralisação parcial já é a segunda maior registrada pelo governo americano, superando a paralisação de 17 dias completos em setembro de 1978, da Presidência de Jimmy Carter.

Da FSP