Doria e Bolsonaro querem privatizar rodovia de SP, estado com pedágio mais caro do país

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quinta-feira (10) que vai conceder à iniciativa privada a rodovia Rio-Santos. Segundo Doria, o processo será feito dentro da nova concessão da Nova Dutra, via que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. O tucano não divulgou datas.

O Governo do Estado de São Paulo estuda a concessão da Rio-Santos desde a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), passando pelo governo Marcio França (PSB) e agora por Doria.

Para o governador, trata-se de “um modal muito importante, sobretudo para o turismo, nessa região do litoral norte de São Paulo e também uma ligação com o Rio de Janeiro, igualmente no âmbito do turismo”.

“E não faz sentido que uma rodovia dessa, importante, não esteja concessionada e operada pelo setor privado, melhorando a sua eficiência, reduzindo o seu potencial de acidentes, e melhorando a funcionalidade também para irrigar uma indústria importantíssima como a do turismo, para a geração do emprego, renda e movimentação econômica”, complementou.

Doria, porém, não explicou como será feita a concessão.

Estudos que haviam sido anunciados por Alckmin, apontavam para uma concessão feita a partir do Guarujá, no sentido Rio de Janeiro. Não se sabia porém até onde a concessão iria. Um dos estudos previa a concessão até a Mogi-Bertioga. Outra possibilidade era também incluir a Mogi-Bertioga na concessão.

Uma terceira alternativa era chegar até Caraguatatuba, onde a Rio-Santos encontra um trecho da Rio-Santos já concedido à Concessionária Tamoios.

O governo paulista também estudava ir até Ubatuba. A partir de Ubatuba, a rodovia Rio-Santos passa a ser administrada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e por isso, era o limite dos estudos paulistas até então para a via.

Uma aproximação entre o governo paulista e o federal, porém, pode alterar esse arranjo e permitir uma concessão mais ampla. Mas o modelo ainda não foi discutido.

​A decisão foi tomada em reunião realizada nesta manhã em Brasília com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas. Além da Rio-Santos, o ministro prometeu viabilizar mais dois projetos no segmento dos transportes no estado: o Ferroanel e o Trem Intercidades.

“São projetos que nós vamos conduzir a quatro mãos, e que eu tenho certeza que serão muito bem-sucedidos”, declarou Freitas, que classificou a reunião realizada em Brasília como “extremamente objetiva e produtiva”.

Segundo o ministro, os empreendimentos serão tirados do papel com recursos privados. Ele explicou que o Ferroanel –Contorno Ferroviário da Região Metropolitana de São Paulo–, orçado em R$ 5 bilhões, será viabilizado a partir da renovação do contrato com a concessionária MRS Logística, que já opera no estado.

Já para concretizar duas linhas do Trem Intercidades, para a região metropolitana de Campinas e do Vale do Paraíba, será realizada uma “licitação privada, onde vai haver compartilhamento das linhas que já existem”. “A gente vai endereçar isso tecnicamente”, disse Freitas.

De acordo com o chefe da Infraestrutura, existe capacidade para acomodar o trem de passageiros porque há uma quantidade pequena de trens de carga por dia.

“Os próximos passos já estão definidos. Agora é obediência a prazos e dar sequência aos entendimentos”, complementou o governador tucano, que foi ao ministério acompanhado de secretários, entre eles o da Fazenda, Henrique Meirelles, e da deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP).

Após o encontro, que durou cerca de uma hora, ele disse ter apresentado o projeto de privatização do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) ao presidente, que, segundo ele, respondeu positivamente. O órgão pertence ao governo federal.

O tucano explicou que a proposta é vender o espaço e alterar o endereço do centro de abastecimento para um local a ser adquirido, de três a quatro vezes maior, à beira de uma rodovia, para facilitar o escoamento de mercadorias para o Porto de Santos. “Já existem quatro alternativas. Nós não podemos declinar para não gerar especulação imobiliária”, disse.

No local da atual Ceagesp, na Vila Leopoldina, em São Paulo, ele disse que será instalado o Centro Internacional de Tecnologia e Inovação, com o objetivo de criar ali uma espécie de “vale do Silício urbano” na capital paulista. O valor aproximado da área, de 700 mil m², é de entre R$ 3 bilhões a 4 bilhões, segundo Doria.

Da FSP