Criminosos espalham fake news que associam exílio de Jean Wyllys com facada em Bolsonaro

Todos os posts, Últimas notícias

A notícia de que o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) iria desistir do mandato e sair do país após ameaças contra sua vida motivou uma série de boatos sobre o parlamentar. Teorias conspiratórias nas redes sociais ligam o psolista a Adélio Bispo de Oliveira, preso por esfaquear o presidente Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral. A desinformação também atingiu a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que foi falsamente acusada de empregar a mãe e a irmã do criminoso em seu gabinete.

O boato mais enviado ao WhatsApp do Estadão Verifica (11-99263-7900) afirma que o Ministério Público Federal (MPF) identificou repasse bancário de Jean Wyllys para o advogado que defende Adélio. Em nota, o MPF informou que “no âmbito da Procuradoria Geral da República não consta nenhuma investigação aberta tratando deste objeto”.

O órgão comunicou ainda que o atentado é investigado na primeira instância do Ministério Público Federal em Minas Gerais. Por sua vez, a Procuradoria da República no Estado informou que a acusação é improcedente.

Também entramos em contato com o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, responsável pelo caso de Adélio. Ele desmentiu a acusação e brincou: “Vê se tem como o Ministério Público me informar o número dessa conta, porque eu estou muito apertado! Se ele mandou esse dinheiro, não recebi aqui”.

Outro conteúdo enganoso viral relacionado é o vídeo feito pela candidata a deputada federal derrotada do PSL do Ceará Regina Villela. Ela tenta ligar Adélio a Jean Wyllys pelo fato de o esfaqueador ter visitado a Câmara dos Deputados em 6 de agosto de 2013. No entanto, não há como afirmar qual parlamentar ele pode ter encontrado. Um segundo registro de visita, no dia do atentado contra Jair Bolsonaro, foi feita por engano por um funcionário da Casa.

Os sites de checagem Agência Lupa, Aos Fatos, Boatos.Org e E-Farsas também publicaram desmentidos sobre o assunto.

Parentes de Adélio não trabalharam em gabinete de Maria do Rosário

Outro boato que circulou com frequência alega que a deputada federal Maria do Rosário teria empregado em seu gabinete a mãe e a irmã de Adélio. A informação é falsa. Conforme mostrou checagem publicada pelo ‘Aos Fatos’, não há nenhum registro de parentes do esfaqueador dentre os funcionários da Câmara.

Além disso, a mãe de Adélio morreu quando ele ainda era adolescente e todos os irmãos dele, incluindo a irmã que supostamente trabalharia para Maria do Rosário, moram em Montes Claros, Minas Gerais. A deputada também negou a acusação.

Do Estadão