É falsa notícia que associa família de Adélio com gabinete de Maria do Rosário
É falsa a informação de que trabalharam no gabinete da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), em Brasília, a mãe e a irmã de Adélio Bispo, responsável pela facada que feriu o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na campanha eleitoral do ano passado. Além do desmentido da parlamentar petista, essa acusação não se sustenta, pois:
A mãe de Adélio morreu quando ele ainda era adolescente, segundo registros publicados na imprensa;
Todos os irmãos do agressor de Bolsonaro moram em Montes Claros, em Minas Gerais, e não têm renda compatível com a de assessor parlamentar;
Entre os quatro irmãos de Adélio, há pelo menos uma mulher. Ela não tem qualquer relação com a deputada gaúcha Maria do Rosário;
Não há funcionários listados no site da Câmara dos Deputados com os nomes e sobrenomes possíveis da mãe e da irmã de Adélio.
Publicações que circulam nas redes sociais com este conteúdo enganoso foram denunciadas ao Aos Fatos por leitores no WhatsApp (veja como participar) e no Facebook. Neste, uma dezena de posts com a desinformação, e que já somam quase 40 mil compartilhamentos, foram marcados com o selo FALSO na ferramenta de verificação disponibilizada pela rede social (entenda como funciona).
Porque as mídias de esquerda não comentam que a mãe e a irmã de Adélio trabalhavam no gabinete de Maria do Rosário?
Ainda que sobrem lacunas nas informações disponíveis hoje a respeito dos familiares de Adélio Bispo de Oliveira, é possível afirmar que não procede a informação de que sua mãe e irmã trabalhavam no gabinete da deputada petista Maria do Rosário.
O primeiro fato que desmonta essa hipótese é que a mãe do agressor de Bolsonaro morreu quando ele — que hoje tem 41 anos — era adolescente. De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, que não traz o nome da mãe, ela trabalhava como varredora de rua no município de Montes Claros, em Minas Gerais.
A mesma reportagem, um perfil sobre Adélio Bispo, revelou que seus quatro irmãos moram hoje em bairros pobres de Montes Claros e arredores. Tal informação torna inviável a chance de um deles ter sido recentemente assessor parlamentar em Brasília.
Aos Fatos fez ainda uma busca no registro de funcionários da Câmara dos Deputados pelo único nome de irmã de Adélio que foi citado na imprensa, Maria, ora alternando para sobrenome igual ao do agressor, Bispo de Oliveira, ora usando o de sua sobrinha, Ramos, mas os resultados encontrados não se encaixavam com os nomes de funcionários de Maria do Rosário.
A deputada federal petista também negou ter empregado parentes do agressor de Bolsonaro no seu gabinete. Para Maria do Rosário, o caso seria uma forma de confundir o público sobre a revelação de que o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) empregou em seu gabinete de deputado estadual a mãe e a esposa de um acusado de pertencer a grupo miliciano. “Com mentiras, querem apagar as verdades”, afirmou a parlamentar em trecho da declaração enviada ao Aos Fatos nesta segunda-feira (28).
Do Aos Fatos