Escola na África do Sul demite professor por segregação racial
Uma escola na África do Sul é alvo de críticas desde o começo do ano por ser acusada de segregação racial. A denúncia surgiu depois que viralizou a imagem de uma classe com crianças brancas e negras separadas em mesas diferentes no colégio Laerskool Schweizer-Reneke no começo desta semana. As aulas foram suspensas.
Segundo o canal de televisão Enca, a suspensão das aulas continuará até que autoridades locais investiguem o caso, ocorrido na província noroeste da África do Sul. A foto mostra uma sala de aula com quinze crianças brancas em uma mesa e quatro meninos negros em mesa separada.
A imagem foi compartilhada em um grupo de mensagens dos pais pelo próprio professor, cuja identidade não foi revelada. As autoridades dizem que ele foi demitido.
Os alunos pertencem ao que seria o nosso Jardim II (para crianças de 5 a 6 anos). Depois da polêmica, a escola alegou que se tratava de uma divisão em função dos alunos que sabiam falar africâner.
Os pais dos alunos separados e a comunidade negra local asseguram que o racismo é forte na região. “Tudo o que eu vi eram mensagens dos pais brancos dizendo ‘obrigado, obrigado’ (depois do envio da foto), mas ninguém disse nada da separação dos alunos”, contou ao portal sul-africano Times a mãe de uma das crianças.
A democracia na África do Sul foi instalada há mais de 25 anos, mas o passado de segregação racial segue latente em muitos setores da sociedade. O racismo é um tema de grande sensibilidade pública. O sistema segregacionista do “apartheid” manteve oficialmente a maioria negra do país submetida ao domínio da minoria branca desde 1948 até o começo da década dos anos 1990.
Do Estadão