Não precisa ser se esquerda pra ser contra o armamento da população

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Leia o texto de Lino Bocchini

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Com o decreto assinado hoje por Bolsonaro, o dono da padaria, do supermercado, do barzinho, da farmácia e até do buffet infantil e de todos os outros estabelecimentos que você frequenta sozinho ou com os seus filhos poderão ter uma arma e iniciar um tiroteio do lado da sua família toda vez que julgarem necessário.
Os pais dos coleguinhas de classe das suas filhas e filhos também vai poder comprar armas bem mais fácil – e dificilmente 100% deles vai guardá-las trancadas, direitinho.
Todos os homens responsáveis por relacionamentos abusivos, que batem ou maltratam de outra forma as suas mulheres, namoradas ou filhas também poderão estar armados mais facilmente. Se antes era tapa…
Mais: com o decreto de Bolsonaro, todos os seus vizinhos poderão estar armados e começar um bang-bang sempre que julgarem necessário — quando ouvirem um barulho estranho e se apavorarem, por exemplo. E balas não respeitam janelas e também passam por cima de muros.
Todas essas situações já são apavorantes. Mas perceba que elas partem da premissa de que nem uma única pessoa vai desrespeitar as restrições da posse, ou seja, ninguém vai sair de sua casa ou seu estabelecimento comercial portando a arma na cintura ou no porta-luvas. E, convenhamos, me parece óbvio que esse tipo de coisa vai acontecer aos montes, abrindo brecha para dezenas de outras possibilidades muito piores que descritas acima.
Não é preciso “ser de esquerda” para ser contra o incentivo ao armamento da população. É preciso ter bom senso e amor à sua vida e à vida da sua família.

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