Tratamento da justiça a Lula vai na contramão de valores civilizatórios

Difícil saber para onde caminha a humanidade. Mas é fácil perceber que os agentes públicos que sonegaram a Lula o direito de velar o corpo do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, caminharam na contamão dos mais elementares sentimentos humanos. Atropelaram-se valores civilizatórios como o humanismo e a própria Lei de Execuções Penais, que autoriza os presos a deixar o cárcere para comparecer, mediante escolta policial, a velórios e enterros de parentes próximos. O Supremo interveio. Mas a autorização chegou quando o corpo do irmão de Lula já se encaminhava para a cova.

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A sequência de desculpas furadas para a negativa, agravadas pela tardia e estranha determinação de Toffoli de que o ex-presidente encontrasse a família numa unidade militar em São Paulo, com a possibilidade de que o corpo do irmão fosse para lá levado, compõem uma narrativa pouco convincente. Até mesmo personagens insuspeitos de nutrir qualquer simpatia pelo petista, como o general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, consideraram que a permissão para ir ao enterro de um irmão é um ato humanitário. O episódio repercute fortemente nas redes e chegará à mídia internacional.