“Perseguição a servidores é coisa de neofascista” diz Pimenta
Em reação ao discurso do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de promover uma “despetização” da máquina pública, com a demissão de supostos comissionados com ligação ao PT, o líder petista na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), diz que a “perseguição” a servidores é “coisa de neofascista”.
Ao demitir mais de 300 pessoas logo depois de assumir a Casa Civil, Lorenzoni disse que estava cumprindo o que “o presidente Jair Bolsonaro dizia na campanha, de fazer a despetização do governo federal”. O ministro completou que “todos aqueles que têm marca ideológica clara” serão afastados da administração pública federal.
Para o líder petista, é preciso “diferenciar quem é militante do partido do que é servidor público”.
— É natural que haja servidor público que tenha preferências ideológicas que não são partidárias. Há os que se aproximam às causas LGBT, outros engajados na luta contra racismo. E se tornam referência na formulação de política pública nessas áreas — diz Pimenta, acrescentando que, nas gestões petistas, havia servidores identificados com outros partidos que estavam lá por serem referência em suas áreas de atuação.
Para ele, o discurso do ministro de “despetizar” a máquina pública é uma justificativa que o governo Bolsonaro usa para expulsar da administração públicas pessoas que pensam diferente dele:
— Partir do pressuposto que todo servidor que tenha uma ideologia é militante petista e tem de ser expurgado é coisa de neofascista.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi procurada pelo GLOBO para comentar o assunto, mas, via assessoria de imprensa, informou que não falaria. Pelo Twitter, ela disse que a iniciativa de Lorenzoni é “resultado da ignorância e arrogância”. “Quem tem por objetivos maior perseguir e destruir o outro, disseminando ódio e confusão, não tem como acertar. Vocês jamais vão tirar o PT da vida do país. Desistam!”, escreveu, na última segunda-feira.
Do O Globo