Policiais são presos por homicídio em SP

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Dois policiais militares foram presos em Osasco (Grande SP) na segunda (31), depois que a versão deles sobre um homicídio foi desmentida a partir da análise de câmeras de segurança.

A dupla é suspeita de criar novos fatos no depoimento para justificar a morte a tiros de um homem no canteiro central da rodovia Castello Branco, na altura do km 16. Mike Fritz Oliveira Gouveia, 25, que estava com o colega de trabalho Fabio Luciano Silva, 48, foi quem efetuou o disparo contra a vítima. A dupla atua no patrulhamento com motocicletas.

Segundo chegou a ser registrado em boletim de ocorrência, os policiais estavam em patrulhamento por volta das 17h quando avistaram três indivíduos em uma praça pública. Eles disseram que quando foram abordar o grupo dois dele fugiram. O terceiro indivíduo, que também tentou escapar da abordagem policial, correu em direção à rodovia.

De acordo com os PMs, depois de atravessar a via local e a expressa no sentido interior o homem fez disparos contra eles. Mike revidou e acertou o indivíduo com um tiro. Ele chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu ao ferimento. A identidade do homem ainda não foi divulgada pela polícia.

No dia da ocorrência, além de criarem uma versão para o depoimento, os policiais ainda entregaram na delegacia uma suposta prova, que era uma arma .22, que estaria em posse do suspeito morto na troca de tiros.

A equipe de investigação, no entanto, descobriu que a história real não era a versão contada pelos policiais.

Após solicitar e analisar as imagens de segurança da rodovia ficou constatado que havia participação direta dos policiais na morte da vítima.

Num dos trechos da gravação é possível ver que um dos militares está com o indivíduo rendido e a situação está controlada.

Por quase três minutos o agente conduz o capturado pelo canteiro central. Pelas câmeras, ele aparentemente estava desarmado.

Em determinado momento do vídeo o outro policial aparece e, mesmo atrás de uma grade de proteção, desfere socos no homem. Após outras agressões o indivíduo cai no chão e, segundos depois, recebe um tiro a uma distância inferior a um metro.

Devido ao teor das acusações foi aberto o inquérito para apurar o caso e decretada a prisão em flagrante dos dois policiais. Eles ficarão à disposição da Corregedoria da Polícia Militar.

O delegado Otavio Pereira Alvariz, que registrou o caso, afirmou que os envolvidos são “policiais militares e, segundo apurado, praticaram crimes no exercício da função pública —homicídio qualificado, denunciação caluniosa e fraude processual”.

Para ele o crime é doloso e qualificado pelo motivo torpe e impossibilidade da defesa da vítima. Segundo o delegado, esse foi um dos motivos para o pedido da prisão preventiva.

Além disso os policiais em questão, mesmo sabendo da inocência do indivíduo falecido, deram causa a investigação policial, imputando-lhe crime (tentativa de homicídio contra os agentes públicos).

Segundo registrado no boletim, confrontados sobre a diferença entre seus depoimentos e os fatos registrados pelas câmeras, os dois policiais militares afirmaram que só vão se pronunciar em juízo.

Da FSP