PSDB só conseguiu chegar no segundo escalão de Bolsonaro

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Embora o PSDB não esteja oficialmente na base do presidente Jair Bolsonaro , filiados ao partido estão embarcando em cargos do segundo escalão do governo federal. Entre os nomes confirmados para os ministérios da Economia, Casa Civil, Cidadania e Ciência Tecnologia, há até ex-assessores do presidente nacional do PSDB,Geraldo Alckmin , crítico de Bolsonaro e resistente a um apoio da sigla à gestão do PSL.

As indicações de tucanos aconteceram, por enquanto, sem a intermediação do partido. Os quadros foram escolhidos pessoalmente pelos ministros de Bolsonaro. Hoje, a tendência majoritária na sigla é apoiar projetos como a reforma da Previdência, mas sem fazer uma aliança automática com o governo federal – o PSDB ainda não decidiu como será seu posicionamento em relação a Bolsonaro.

Dois tucanos já tiveram a nomeação publicada no Diário Oficial. O primeiro foi o deputado federal Rogerio Marinho (PSDB-RN). Ele integra, desde o dia 4, a equipe montada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e exerce o cargo de secretário especial de Previdência e Trabalho. A área é das mais sensíveis neste início de governo pelo compromisso de Bolsonaro em aprovar a reforma da Previdência.

O time de Guedes também tem dois ex-auxiliares de João Doria, durante sua passagem pela prefeitura de São Paulo: o advogado Paulo Uebel e o economista Caio Megale – nenhum dos dois é filiado ao partido.

Ligado a Alckmin, Felipe Sartori Sigollo começou a dar expediente esta semana no Ministério da Cidadania. Desde o dia 9 ele ocupa o posto de secretário-executivo adjunto da Secretaria Executiva de Desenvolvimento Social. Até o ano passado, ele ocupava o mesmo cargo no Ministério da Educação de Michel Temer. Sigollo foi secretário e assessor de Alckmin e, em 2018, tirou férias do ministério para ajudar o tucano na eleição. O ex-governador paulista terminou a disputa presidencial em quarto lugar.

Terá tucano até na Casa Civil, do ministro Onyx Lorenzoni. O ex-líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer, foi convidado nesta quinta-feira para ajudar na articulação do governo com o Congresso . Sem mandato a partir de fevereiro, o senador perdeu a eleição para o governo de Santa Catarina em 2018 e deve ocupar a Secretaria Especial para o Senado da Casa Civil.

É também do PSDB o escolhido para ser um dos braços do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. Ex-presidente do PSDB em São Paulo, Julio Semeghini acerta os detalhes da sua indicação ser o secretário-executivo da pasta. O tucano foi secretário de Alckmin e, mais recentemente, estava na equipe de João Doria na prefeitura de São Paulo. A nomeação dele está prevista para a próxima semana.

Já o deputado federal Floriano Pesaro (PSDB-SP) foi convidado pelo ministro Osmar Terra para a Secretaria Nacional de Assistência Social. A sua nomeação, entretanto, ainda não é dada como certa. Em São Paulo, Pesaro fez carreira na área, sendo secretário nas gestões de Alckmin e do então prefeito José Serra. Assim como Bauer, ele ficará sem mandato, pois não conseguiu se reeleger deputado ano passado.

Do O Globo