Responsável por Secretaria que cuida do aborto legal na rede pública é do partido da Igreja Universal
A ex-deputada Tia Eron (PRB-BA) foi nomeada Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, pasta comandada por Damares Alves. A nomeação já era esperada desde o início do ano, mas só foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira.
Tia Eron ganhou visibilidade em 2016, quando deu o voto decisivo para a aprovação, no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, do parecer pela cassação do então presidente da Casa, Eduardo Cunha. Na época, ela fez suspense sobre seu qual seria seu voto, mas acabou votando contra Cunha.
— Entenderam que de fato não mandam nessa ‘nega’ aqui. Nenhum dos senhores manda — afirmou na sessão.
Em 2017, Tia Eron se licenciou do mandato para assumir a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza da prefeitura de Salvador. No ano passado, reassumiu o mandato para tentar a reeleição, mas acabou ficando como suplente.
Sua secretaria é responsável pelo disque-denúncia 180, que atende mulheres vítimas de violência, e por financiar centros de acolhida, unidades de atendimento e campanhas educativas para prevenir e remediar a violência sexual e doméstica contra a mulher. Ela também ficará encarregada de políticas públicas que facilitam o acesso das mulheres ao aborto legal na rede pública.
Tia Eron deve contar com a “ex-feminista” Sara Winter em sua equipe. A jovem de 26 anos ficou conhecida por ter fundado no Brasil, em 2012, uma filial do grupo feminista ucraniano Femen e liderado manifestações de mulheres de topless . Após se tornar católica, Winter passou a se declarar antifeminista e a militar contra o aborto. Ela também prega contra a homossexualidade.
De O Globo