Após quebrar a Argentina, Macri paga gás da Bolívia com aviões e tecnologia

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Os presidentes da Argentina, Mauricio Macri, e Bolívia, Evo Morales, reuniram-se nesta segunda-feira em Buenos Aires para impulsionar os acordos comerciais em uma agenda que incluiu questões de energia, defesa, integração e transferência de tecnologia. Assim como analisa o mandatário argentino:

““Estávamos falando sobre o contrato de gás e o avião Pampa com o qual esperamos equipar a Força Aérea Boliviana”

A Argentina espera vender para a Bolívia várias unidades de sua aeronave Pampa III, uma aeronave de treinamento militar e ataque leve que é produzida na fábrica de aviões, Brigadeiro San Martín da Argentina, na província de Córdoba.

Os dois líderes também discutiram o andamento do contrato pelo qual a Argentina compra gás da Bolívia e a recente modificação do acordo pelo qual a Argentina pode adaptar a compra à sua sazonalidade para receber mais fluido nos meses de maior demanda. O que aumenta a dependência dos platinos. Evo fez questão de declara:

“Somos dois países vizinhos com a mesma história dos tempos coloniais, vamos ser vizinhos para a vida e temos a obrigação de trabalhar para o bem do nosso povo”

O presidente da Bolívia havia visitado a Argentina em 2018, mas naquela vez não se encontrou com Macri, ao contrário do que aconteceu durante a presidência de Cristina Kirchner , com quem o presidente boliviano manteve um vínculo estreito.

Morales também anunciou que a Argentina construirá três hospitais na Bolívia equipados com tecnologia nuclear. O presidente boliviano ressaltou a importância de “buscar essa transferência de tecnologia” entre os países do Cone Sul.

“Pela primeira vez em nossa história, começamos com a industrialização dos recursos naturais, mas quando precisávamos de tecnologia, a maioria vinha da Europa”, explicou Morales.

Ele também anunciou que os dois países “trabalharão juntos na cooperação científica para fortalecer o desenvolvimento do biocombustível”.

Também em pauta esteve a marcha da hidrovia Paraguai-Paraná até o Oceano Atlântico, compartilhada pela Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai.

“Temos um grande projeto de integração através da hidrovia”, observou o presidente boliviano.

Este conjunto de projetos demonstra que Argentina ao mesmo tempo que eleva a dependência do gás boliviano, sofre com escassez de fluxo cambial pera derrocada política econômica. Desta forma visa transferir tecnologia e produtos para quitar dívidas pela compra de “hidrocarburos”. A Bolívia que tem um confortável fluxo cambial, é o país que mais cresceu o PIB em dez anos na América do Sul.

O presidente da Bolívia, Evo Morales,também anunciou hoje, que a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) “terá a possibilidade” de vender gás natural liquefeito (GNL) diretamente ao país. país vizinho através de empresas privadas. Neste conjunto de ideias a YPFB passa ser uma companhia estatal estrangeira para explorar o mercado e investir no país.

O dignitário da Bolívia também disse que as negociações com Macri “estão progredindo muito bem” e observou que foi acordado que a YPFB participará como investidora na exploração de hidrocarbonetos na Argentina e fornecerá plantas de liquefação futuras através das quais o GNL será exportado da Argentina para outros países.

Morales chegou a Buenos Aires no fim de semana e participou de uma ação no domingo diante de milhares de membros da comunidade boliviana na Argentina, principalmente em Matanzas, e que têm votam nas eleições presidenciais de 20 de outubro na Bolívia.

Evo Morales, franco favorito na eleição , também se acerca dos bolivianos moradores no país platino. Segundo o censo de 2010, cerca de 345 mil bolivianos vivem na Argentina, 19% de todos os estrangeiros.

Do GeoNotícias