STF errou, mas a instituição só poderá corrigir seus erros se for preservada

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Começar de novo Passada a fase mais aguda da crise gestada na esteira do inquérito que apura ataques e fake news contra o STF, forças da política e de outros tribunais se organizam para blindar a cúpula da corte. O presidente, ministro Dias Toffoli, tem a empatia de Rodrigo Maia (DEM-RJ), comandante da Câmara, e de dirigentes de siglas da direita à esquerda, do PRB ao PC do B. No STJ, apesar da certeza de que houve erro crasso na dosagem dos atos, a sensação é a de que se deve respaldar o Supremo.

No fogo O principal flanco institucional de ataque a integrantes do STF está no Senado. Aliados do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), dizem acreditar que ele não cederá ao que chamam de “grupo que aposta no caos”, em referência a defensores do impeachment de ministros e de uma CPI do Judiciário.

Olhai além “Ele sabe que, se derrubam o Supremo, o próximo a cair é o Congresso”, diz um deputado do DEM. A instalação da CPI pela maioria do Senado, neste momento, é vista como improvável.

Vigie a língua Há especial atenção nas duas Casas às falas de integrantes do Palácio do Planalto e de aliados de Jair Bolsonaro sobre o caso. Se uma ala do Executivo endossar publicamente a ofensiva a ministros do Supremo, dizem dirigentes de partidos, “eles vão perder o Parlamento”.

De plantar e de colher Na oposição, também há apreensão. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, diz que o STF “terá que fazer sua autocrítica”, mas que a hora não é de atacar a corte. “Chegará o tempo em que os ministros terão que revisitar os momentos em que a pressão prevaleceu à ordem do Direito. Mas agora é preciso respeito institucional.”

Desvio de rota O PT divulgou manifesto na quinta (18), auge da crise, sobre o assunto. Para Gleisi, que assina o texto ao lado do ex-presidente Lula, a corte claramente “errou na forma [ao censurar dois sites], mas agora tenta acertar, retomar o processo legal” ao apurar os ataques que sofre.

Chico e Francisco Um integrante do STJ diz que, apesar da reprovação unânime à censura, a manutenção do inquérito do STF tem guarida na corte porque muitos veem os vazamentos de “dados sigilosos como atos inconsequentes”.

Ocupar e resistir A oposição debate nesta segunda (22) estratégia para postergar ao máximo a votação de relatório a favor da reforma da Previdência na Câmara. O tema começa a ser debatido na CCJ terça-feira (23). O sonho –quase irreal– é arrastar a discussão até a véspera do 1º de maio.

Vai que cola Integrantes de partidos de esquerda também querem tentar emplacar uma alternativa à política de reajuste do salário mínimo prevista por Bolsonaro. A ideia é colher assinaturas para pedir urgência a um projeto que defina parâmetros diferentes dos propostos pelo governo, que acabou com o aumento real.

É atleta Aliados de Hamilton Mourão atribuem a tendinite que ele tem no cotovelo –e que o levou a procurar o Hospital das Forças Armadas na semana passada– ao hábito do vice-presidente de andar a cavalo três vezes por semana. Ele ainda corre em outros três dias. Tudo antes das 6h.

Forcinha O governo brasileiro atua ao lado da Argentina para tentar firmar até o final deste semestre o acordo de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia. O trato poria fim a uma negociação de mais de 20 anos e poderia dar gás à reeleição de Mauricio Macri, presidente do país vizinho.

Forcinha 2 O Planalto vê com bons olhos a reeleição do “hermano”, mas Macri teve a imagem muito abalada pela deterioração da economia –a Argentina recorreu recentemente ao congelamento de preços. Em pesquisa recente, Cristina Kirchner, de esquerda, lidera as intenções de voto, mesmo sob acusações de corrupção.

Manco Parlamentares cariocas avaliam que o prefeito Marcelo Crivella (PRB) deve sobreviver ao impeachment, mas chegará ao fim da gestão muito fragilizado.

Da FSP