STF terá que voltar atrás no HC de Lula

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É significativo que a votação no STF do pedido de habeas corpus para Lula não tenha tido transmissão ao vivo. Para fazer o que fizeram Carmen Lúcia, Edson Fachin e Celso de Mello, não dá para ser filmado. Foi pornografia. Mas anote aí: o Tribunal terá que voltar atrás. Em breve!

O vai-não-vai da do julgamento do pedido de habeas corpus de Lula e suspeição do julgamento do ex-presidente por Sergio Moro terminou com a vitória da defesa do ex-presidente. Carmén Lúcia tentou adiar a votação, mas a defesa de Lula exigiu e o STF deliberou sobre o assunto.

Antes mesmo de a votação começar, Gilmar Mendes já disse a que veio, antecipou sua decisão de apoiar a soltura de Lula e propôs que ela ocorresse de qualquer jeito se o pedido de suspeição de Sergio Moro não fosse votado pela Corte.

Como estava previsto, a presidente da Segunda Turma do STF, Cármen Lúcia, e o relator da Lava Jato, Edson Fachin, votaram contra a libertação de alguém cuja condenação foi cercada por dúvidas após Sergio Moro, que condenou esse alguém, aceitar ser ministro de seu adversário político, e após o Intercept mostrar que Moro e o MPF mantiveram conluio para prender o ex-presidente.

Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski eram votos certos a favor de Lula e contra Moro. Até aí, sem novidades.

Mas o que surpreendeu foi Celso de Mello, de quem se esperava responsabilidade. Essa não seria a primeira vez que Mello analisaria a conduta de Moro. Em 2013, deu o único voto para que o mesmo Moro fosse declarado suspeito para atuar no caso Banestado.

O STF se arriscou muito. Não sabe o que vem por aí contra Moro. Agora imagine se surgir algo muito grave contra ele após o Tribunal ter fechado os olhos para os fortes indícios de que ele não agiu como juiz ao condenar Lula. Será a desmoralização final do STF

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