Tentativa de blindar Moro vai falhar, diz hacker
Há uma tentativa de autoridades do Judiciário e do Ministério Público e de setores da mídia de blindar Sergio Moro contra investigação das provas preliminares de que ele cometeu o crime de usar sua posição de juiz para condenar Lula sem provas. Porém, o hacker que forneceu provas ao Intercept Brasil diz que nem começou a brincar.
Desde que, no último domingo, explodiu a bomba Intercept, a qual mostrou o ministro Sergio Moro e o procurador do MPF Deltan Dallagnol agindo como “conjes” enquanto tramavam formas de contornar a falta de provas para condenar Lula no caso do tríplex, televisões como Globo e Record assumiram a “defesa da Lava Jato” e do ex-juiz antipetista.
O ministro do STF Luiz Roberto Barroso diz ver “euforia” de corruptos com a publicação pelo site The Intercept de reportagens mostrando trocas de mensagens entre Sérgio Moro e o Deltan Dallagnol.
Candidato a suceder Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República (PGR), o procurador José Robalinho Cavalcanti, disse que o vazamento de conversas entre Moro e Dallagnol é, apenas, tentativa de “atacar” a “operação de maior sucesso de combate a corrupção”, a Lava Jato.
Porém, tudo indica que essas tentativas de blindar Moro após a descoberta de seus crimes não vai adiantar muito. Senão, vejamos:
1 – O jornal Folha de SP afirma que “cresce pressão no Supremo” para que, no próximo dia 25, o ex-juiz Sergio Moro seja considerado suspeito para julgar Lula.
2 – Apesar do apoio da Globo a Moro, o âncora do Jornal Nacional, William Bonner, se confundiu e chamou o ministro da Justiça de “ex-ministro”, em um ato premonitório.
3 – O jornal carioca Extra diz que os hackers não conseguiram informações só sobre Moro e Dallagnol, mas, também, sobre a juíza Gabriela Hardt (que condenou Lula no caso do sítio de Atibaia), o desembargador Abel Gomes, relator da segunda instância da Lava-Jato no Rio, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e vários outros procuradores.
Mas o filé, mesmo, vem agora. Segundo o jornal O Estado de SP, o hacker que passou ao Intercept as conversas de Moro e Dallagnol usou o celular de um dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público para avisar que o conteúdo que ele divulgou é “apenas uma amostra do que vocês vão ver na semana que vem”.
Glenn Greenwald, editor do Intercept, já havia dito que o que ele tem nas mãos não passa de “um por cento” do material que já tem para divulgar. Greenwald, que, segunda a revista Veja, é uma “fera”, jornalista premiado com o maior honraria do jornalismo norte-americano, o prêmio Pulitzer.
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