MBL acusa Olavo de incitar violência em manifestação

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Foto: Nelson Almeida | AFP

O filósofo apontado como guru da família Bolsonaro mais uma vez volta ao foco da discussão protagonizada por movimentos da direita. Após os protestos do último domingo (30), Olavo de Carvalho foi criticado pelo MBL (Movimento Brasil Livre) por incentivar as agressões físicas sofridas por integrantes do grupo na manifestação da avenida Paulista.

“Olavo disse (em rede social) que gostaria de vir pessoalmente ao Brasil para chutar o Kim Kataguiri (deputado federal e integrante do MBL)”, mencionou Renan Santos, presidente do MBL, em um vídeo gravado após o incidente na Paulista.

“O comentário do Olavo sobre o Kim foi uma figura de linguagem. Ele é um senhor, não iria literalmente dar um chute na bunda do Kim. Não foi esse ou aquele comentário que fez nascer esse sentimento hostil associado ao MBL”, disse André Petros, assessor do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP) e um dos presentes na confusão.

No domingo de protestos em defesa do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e da Operação Lava Jato, pessoas ligadas ao grupo Direita São Paulo, incluindo assessores do deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), xingaram integrantes do MBL em seu carro de som, posicionado próximo ao MASP.

O também deputado estadual Arthur Moledo do Val (DEM-SP), liderança do MBL e conhecido pelo canal no Youtube “Mamãe Falei”, desceu do carro de som, dando início ao tumulto.

“A gente estava na manifestação quando eles vieram pra cima, empurrando, botando dedo na cara. Tanto que a Polícia imediatamente identificou os agressores”, contou Arthur do Val.

Apesar de as imagens mostrarem que os primeiros xingamentos partiram do Direita São Paulo, o deputado Douglas Garcia creditou ao MBL a responsabilidade pela origem do tumulto. “Eles passaram dos limites quando rasgaram o cartaz que um dos rapazes estava segurando e partiram para agressão”, afirmou Douglas.

Apesar dos desentendimentos entre Arthur do Val e Douglas Garcia, o deputado Gil Diniz, líder da bancada do PSL na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, minimiza o atrito entre os grupos: “Faz parte da democracia. A própria militância do Arthur cresceu com ele indo em manifestações e provocando algumas vezes. Faz parte. E minha relação com o Arthur aqui na Assembleia continua a mesma”.

A briga entre MBL e outros grupos de direita havia atingido o auge no fim de maio, antes de outro ato em apoio a Bolsonaro. MBL e Vem pra Rua optaram por não ir às ruas para defender o governo por não concordarem, por exemplo, com as campanhas promovidas contra Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF).

Defensores do presidente promoveram a hashtag #MBLtraidoresdaPatria, que se tornou um dos tópicos mais comentados do Twitter. A mobilização digital resultou ainda na perda de 100 mil assinantes do canal do MBL no Youtube.

Kim Kataguiri respondeu com vídeos nas redes sociais onde denunciava a propagação de informações falsas promovida por movimentos de direita.

Da Época