Banco Central mantém delegados da Lava-Jato no Coaf

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Foto: GERALDO BUBNIAK / AGÊNCIA O GLOBO

Apesar de Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro abrir brecha para indicações políticas para o comando do novo Coaf, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, decidiu manter, por enquanto, os 11 conselheiros que já atuavam no Conselho de Controle de Atividades Financeiras. Todos são servidores de carreira. O órgão foi rebatizado e agora está vinculado ao BC e se chama Unidade de Inteligência Financeira (UIF).

Entre os integrantes do conselho deliberativo do órgão que age no combate à lavagem de dinheiro estão os delegados da Polícia Federal Erika Marena e Márcio Anselmo, que atuaram na chamada Operação Lava-Jato.

Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro deu poder ao presidente do BC para escolher os nomes do conselho. O texto da MP abria brecha para indicações políticas já que os integrantes do conselho podem ser escolhidos entre qualquer cidadão com competência na área de combate à lavagem de dinheiro.

A composição do antigo Coaf estava restrita a servidores públicos. Especialistas alertam que permitir a nomeação de pessoas de fora do serviço público poderá fragilizar o sigilo das informações fiscais e bancárias manuseadas pelo órgão.

Os 11 conselheiros terão poder para aplicar sanções a instituições e pessoas físicas envolvidas em casos de lavagem. A função de conselheiro não é remunerada, segundo a MP.

Veja quem são os nomeados para o conselho deliberativo do novo Coaf:

Antônio Carlos Vasconcellos Nóbrega, ex-corregedor geral da União e já era integrante do Coaf;

Eric do Val Lacerda Sogocio, conselheiro do Ministério das Relações Exteriores;

Erika Marena, delegada da Polícia Federal e atuou na operação Lava-Jato;

Gustavo da Silva Dias, já era conselheiro do Coaf na qualidade de representante da Secretaria de Seguros Privados (Susep);

Gustavo Leal de Albuquerque, já era conselheiro do Coaf na qualidade de representante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

Márcio Adriano Anselmo, delegado da PF, e atuou na Lava-Jato. Já era conselheiro do Coaf;

Marcus Vinicius de Carvalho, já era conselheiro do Coaf na qualidade representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM);

Rafael Bezerra Ximenes de Vasconcelos, já era conselheiro do Coaf, na qualidade de representante do Banco Central;

Ricardo Pereira Feitosa, já era conselheiro do Coaf, na qualidade de representante da Receita Federal;

Sergio Djundi Taniguchi, já era do Coaf na qualidade de representante do Ministério da Economia;

Virgílio Porto Linhares Teixeira, já era conselheiro do Coaf na qualidade de representante da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

De O Globo