Queiroz ameaça Bolsonaro
Após oito meses sumido, Queiroz, que só não está preso graças a Moro, reaparece na Veja. E manda um recadinho durante entrevista a outro veículo, que dá em seguida: em tom ameaçador, diz que não está vendo “ninguém” ajudá-lo. Ingrato! De Bolsonaro, vem recebendo MUITA ajuda. Mas deve achar pouco, diante de tanto que sabe…
Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, ficou conhecido no país todo a partir de 7 de dezembro de 2018, data em que o Coaf divulgou relatório apontando movimentações atípicas na conta dele no valor de R$ 1,2 milhão. Na época, Queiroz exercia as funções de motorista e segurança do político.
Dentre as movimentações atípicas envolvendo Queiroz na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, um cheque no valor de R$ 24 mil foi depositado na conta corrente da mulher de Jair Bolsonaro, Michelle.
Além do R$ 1,2 milhão movimentado pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, o Coaf identificou movimentação de mais R$ 5,8 milhões entre 2014 e 2015, perfazendo cerca de sete milhões de reais de movimentação suspeita na conta do assessor-faz-tudo da família Bolsonaro
Vale ressaltar que Queiroz, até então, levava uma vida simples, morando em uma casa bastante modesta no modesto bairro carioca de Taquara, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Em entrevista posterior ao SBT, Queiroz tentou explicar a dinheirama em sua conta:
“Eu sou um cara de negócios, eu faço dinheiro, compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro, sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de segurador”
A entrevista foi um desastre. Pouco depois, o Ministério Público emitiu nota no sentido de que não encontrara evidência de que Queiroz negociava Carros. Foi aí que, muito provavelmente, o clã Bolsonaro decidiu dar um chá-de-sumiço em Queiroz.
A partir dali, a pergunta “Cadê o Queiroz” passou a ser uma das mais ouvidas no país. Até virou estampa de camiseta. O sumiço começou concomitantemente à posse de Bolsonaro e perdurou por oito longos meses.
Nesta sexta-feira, 30 de agosto, Queiroz reapareceu. Bem, ao menos nas páginas da revista Veja, que disputou com a Globo, por muitos anos, o posto de órgão de imprensa mais antipetista e antilulista do planeta.
Foi só Queiroz aparecer que a imprensa começou a caçá-lo. Ele aceitou falar a um único veículo, a revista Época. Deu um recado enigmático e sumiu de novo. Por Whatsapp, Queiroz se queixa da ausência de apoio: “Não estou vendo ninguém mover nada para tentar me ajudar”
Queiroz está sendo muito injusto. Bolsonaro demitiu o Superintendente da Polícia Federal no Rio, Ricardo Saadi, para impedir que a polícia fluminense seguisse investigando Queiroz e sua movimentação bancária multimilionária.
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