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Assessores investigados de Flávio são mantidos por aliados

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Levantamento feito pelo UOL em diários oficiais e folhas de pagamento de órgãos públicos revela que cinco dos 62 assessores e ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro (PSL), cujos sigilos foram quebrados a pedido do MP (Ministério Público) do Rio, mantiveram cargos em gabinetes de aliados do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Outros seis alvos do MP foram mantidos como assessores da família. Os funcionários de Flávio tiveram os sigilos fiscal e bancário quebrados pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, no dia 24 de abril, como parte das investigações do Caso Queiroz.

Os promotores Gaecc (Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção) investigavam a existência de uma possível rachadinha no gabinete de Flávio na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), prática em que assessores devolvem parte dos salários para o político que os contratou.

Segundo o MP, há indícios de que Queiroz era o operador desse esquema. A Promotoria via Flávio e Queiroz como suspeitos de cometer os crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Em julho, o ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu suspender todos os inquéritos e PICs (procedimentos de investigação criminal) que utilizassem dados de inteligência financeira sem supervisão da Justiça. A decisão de Toffoli se deu horas após um pedido da defesa de Flávio em uma ação de repercussão geral que tramita no Tribunal desde 2017.

No fim de setembro, novo pedido da defesa de Flávio foi acatado pelo STF: o ministro Gilmar Mendes determinou a suspensão de todas as investigações contra o senador até que a decisão de Toffoli seja avaliada pelo plenário da Corte —o julgamento está marcado para 21 de novembro. Áudio revelado na semana passada pelo jornal O Globo, referente a uma conversa de Whatsapp ocorrida em junho passado, indica que Queiroz continua tendo influência política e sendo consultado sobre nomeações no Legislativo (ouça abaixo). Queiroz foi exonerado em outubro do ano passado do gabinete de Flávio na Alerj. O ex-assessor disse ao jornal que mantém influência política por ter “contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro”.

UOL