Bolsonaro nega estímulo a invasão de embaixada da Venezuela

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Foto: Valeria Pacheco/AFP

Em nota divulgada nesta quarta-feira, 13, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República chamou de “invasão” a ocupação da embaixada da Venezuela em Brasília por partidários do líder opositor Juan Guaidó e afimou que o presidente Jair Bolsonaro “jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou” os atos.

Segundo o GSI, as forças de segurança da União e do Distrito Federal estão tomando providências para que a situação “se resolva pacificamente e retorne à normalidade”.

A nota diz ainda que “há indivíduos inescrupulosos e levianos que querem tirar proveito dos acontecimentos para gerar desordem e instabilidade”.

Na madrugada desta quarta, representantes de Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, invadiram o prédio da embaixada. Segundo a Polícia Militar, os venezuelanos chegaram por volta das 4h da manhã e tentaram expulsar alguns funcionários do corpo diplomático que resistiram à entrada.

Aliados do regime de Nicolás Maduro denunciaram a invasão. Enquanto isso, a embaixadora representante do governo de Gauidó no Brasil, Maria Teresa Belandria, afirmou que que um grupo de funcionários decidiu abrir as portas e entregar as chaves da representação diplomática voluntariamente.

Os funcionários permitiram o acesso ao local de Tomas Silva, ministro-conselheiro reconhecido pelo governo brasileiro, já que Belandria está fora do país. Eles também teriam reconhecido Guaidó como presidente legítimo do país.

O adido militar chavista que estava no local reagiu à entrada e ficou do lado de fora. A PM foi acionada, mas não pôde ingressar no complexo ou retirar as pessoas, por se tratar de território sob controle do governo venezuelano.

“Denunciamos que as instalações de nossa embaixada em Brasília foram invadidas pela força ao amanhecer. Responsabilizamos o governo brasileiro pela segurança de nosso pessoal e instalações”, tuitou o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza.

“Os dois grupos estão lá dentro, tentando encontrar uma solução pacífica”, disse o tenente José Fonseca, da Polícia Militar.

Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela em janeiro deste ano, após declarar que Nicolás Maduro “usurpou” o poder ao fraudar a votação que levou a sua reeleição em 2018. Brasil, Estados Unidos e outras dezenas de países reconheceram o líder da oposição como presidente legítimo.

Esta é a primeira vez que os representantes de Gauidó entraram na sede, ainda controlada pelo chavistas, desde que presidente Bolsonaro aceitou as credenciais da equipe do opositor, no início do ano.

A diplomacia de Guaidó vinha tentando tomar o prédio e desalojar os funcionários enviados por Maduro – que não tem mais relacionamento diplomático com o Brasil.

Agora, eles pedem que os servidores de sete consulados venezuelanos no país façam o mesmo e garantem ajuda para deixar o Brasil, caso desejem.

Leia a íntegra da nota divulgada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI):

Nota à Imprensa

Diante dos fatos desagradáveis que estão acontecendo na Embaixada da Venezuela, em Brasília, esclarecemos o seguinte:

– como sempre, há indivíduos inescrupulosos e levianos que querem tirar proveito dos acontecimentos para gerar desordem e instabilidade;

– o Presidente da República jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão da Embaixada da Venezuela, por partidários do Sr. Juan Guaidó;

– as forças de segurança, da União e do Distrito Federal, estão tomando providências para que a situação se resolva pacificamente e retorne à normalidade.

Atenciosamente,

Assessoria de Comunicação Social do GSI

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