Bebbiano entra na Justiça contra Bolsonaro

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O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno vai interpelar judicialmente o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 23. Na ação, Bebianno pedirá que Bolsonaro confirme as declarações dadas em entrevista a VEJA de que um ex-assessor dele teve participação no atentado a faca contra o então candidato do PSL, na campanha presidencial de 2018.

O presidente não revelou a quem se referiu, mas, ao longo da entrevista, forneceu detalhes que apontam para o ex-ministro. Bolsonaro afirma que o ex-assessor em questão “detonava todas as pessoas” cotadas para serem candidatas a vice-presidente. Em outras declarações do presidente e de seus filhos, Bebianno, presidente do PSL durante a campanha, já foi citado como alguém que atuou para “queimar” indicados a vice, a exemplo do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).

O motivo da traição seria justamente uma vingança por ele não ter escolhido o ex-assessor como candidato a vice.

“O meu sentimento é que esse atentado teve a mão de 70% da esquerda, 20% de quem estava do meu lado e 10% de outros interesses. Tinha uma pessoa do meu lado que queria ser vice. O cara detonava todas as pessoas com quem eu conversava. Liguei para convidar o Mourão às 5 da manhã do dia em que terminava o prazo de inscrição. Se ele não tivesse atendido, o vice seria essa pessoa. Depois disso, eu passei a valer alguns milhões deitado”, disse Jair Bolsonaro.

Em 6 de setembro de 2018, Bolsonaro foi alvo de uma facada desferida pelo ex-garçom Adélio Bispo de Oliveira durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Ferido no abdômen com uma faca cuja lâmina tinha 30 centímetros, Bolsonaro foi operado na Santa Casa de Misericórdia da cidade mineira e, no dia seguinte, transferido ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo. A recuperação afastou o então candidato da campanha, vencida por ele no segundo turno contra o ex-prefeito Fernando Haddad. Além da cirurgia em Juiz de Fora, Bolsonaro foi submetido a outras três operações por causa da facada, a mais recente delas em setembro de 2019.

As investigações da Polícia Federal concluíram que Adélio agiu sozinho, embora o presidente e seu clã alimentem a teoria de que a ação teve um mandante. Considerado inimputável pela Justiça em função de transtornos mentais, Adélio Bispo está preso no presídio federal de Campo Grande (MS).

Veja.